Tudo sobre o início do plantio da soja no Paraná

Se o clima ajudar, o estado poderá colher a maior safra de sua história. Entretanto os altos custos e os preços em baixa são as principais preocupações dos produtores.

O vazio sanitário da soja no Paraná acabou no dia 10 de setembro. O estado é o primeiro a liberar a semeadura da oleaginosa no país. Mas, muitos produtores ainda estão de olho na meteorologia para saber se podem ou não iniciar os trabalhos.

As últimas informações mostravam que a maioria dos municípios não teriam chuvas suficientes nesta semana que viabilizassem o plantio da soja. Alguns, inclusive, só terão chuvas constantes a partir de outubro. Veja abaixo uma reportagem Especial do Projeto Soja Brasil, com a previsão para os próximos 15 dias.

Mesmo sem a previsão de chuvas, um produtor de Francisco Beltrão, Luiz Ademir Possama, garantiu que começará a plantar a soja ainda nesta quarta-feira, 11. Confira abaixo a entrevista concedida ao programa Mercado & Companhia.

Custos e preços

Para analistas é arriscado plantar soja sem as condições atuais, principalmente levando em consideração os altos custos desta safra, um dos maiores da história. De acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os fertilizantes tiveram alta de 38% por conta da alta do dólar. Para compensar esses valores gastos a mais, os produtores buscam boas oportunidades no mercado futuro para travar preços.

“Mesmo com a demanda, está complicado travar preços no mercado futuro. Não tem havido bons picos de preço”, afirma Márcio Bonesi, presidente da Aprosoja Paraná.

No entanto, há razões para o agricultor não sentir esses picos, de acordo com o analista de mercado Jonas Pizzato, da INTL FCStone. “A soja no mercado físico está mais valorizada que a soja futura por causa dos prêmios e do frete, e isso causa um bloqueio no produtor, ele fica com essa impressão. Mas é importante ver que o preço de Chicago e dólar estão atrativos”, diz.

Produção recorde?

Ainda é cedo para saber os rumos da safra, mas se tudo correr bem, inclusive com o clima, a perspectiva do Departamento de Economia Rural (Deral), ligado à secretaria de Agricultura do Paraná, prevê que o estado poderá colher um recorde de 19,7 milhões de toneladas, ante os 16,2 milhões da temporada passada.

Se isso acontecer o estado voltará a ser o segundo maior produtor de soja do país, a frente do Rio Grande do Sul que prevê uma colheita de 19,5 milhões de toneladas.

A área plantada será de 5,473 milhões de hectares, 1% a mais que as 5,442 da temporada 2018/2019. A produtividade prevista é de 60,2 sacas por hectare em 2019/2020, ante as 49,7 da safra passada.