Soja sobe mais de 5% no interior do Brasil com oferta limitada e disparada do dólar

O mercado da soja no interior do Brasil chegou a registrar altas de até 3,77% nesta quinta-feira (18), como foi o caso de Ponta Grossa, no Paraná, onde o preço da saca encerrou o dia com R$ 110,00. Em Castro, a alta foi de 3,64% para R$ 114,00. Nas demais regiões produtoras e pesquisadas pelo Notícias Agrícolas, os ganhos foram superiores e os indicativos começam a voltar para patamares muito elevados para o produto disponível.

Outro destaque se deu para o Mato Grosso, onde praças como Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis subiram mais de 5% somente nesta quinta, levando as referências para R$ 95,00 e R$ 94,00 respectivamente. Relatos recebidos pelo Foco Rural, a soja disponível em Jataí, Goiás, tinha R$ 103,00 por saca, para entrega outubro. Para março/21 eram R$ 91,00.

Nos portos, Santos foi o terminal que mais chamou a atenção, com alta de 4,55% no spot, para R$ 115,00, e de 1,89% para fevereiro do ano que vem, com a saca encerrando o dia com R$ 108,00. Em Rio Grande e Paranaguá, as cotações permaneceram estáveis.

Os preços no Brasil voltam a acompanhar a movimentação cambial e a nova disparada do dólar frente ao real nesta sessão. A moeda americana fechou com alta de 2,10% e valendo R$ 5,37. O maior valor desde 1º de junho. Com esse ganho, o dólar já acumula um saldo positivo no mês, de 0,58%. Em todo ano, a valorização é de 33,86%, segundo a agência de notícias Reuters.

“O dólar fechou em forte alta ante o real nesta quinta-feira, terminando no maior patamar desde 1º de junho e não apenas revertendo a queda acumulada no mês como passando a subir, puxado pela combinação de exterior arisco e de noticiário local ainda inspirando cautela para o câmbio”, diz a Reuters.

Além da alta do dólar, os preços da soja brasileira são favorecidos também pela oferta ajustada. O país já comprometeu quase toda a safra 2019/20 e a demanda para exportação – onde mais de 56 milhões de toneladas já foram embarcadas – começa a disputar o pouco produto com as esmagadoras nacionais.

Assim, o mercado do interior vai se descolando cada vez mais, pagando, em alguns casos, até melhor do que a exportação. E dessa forma fica também cada vez mais regionalizado.