Diversos tipos de solo estão presentes no Brasil. Dentre eles, destacam-se latossolos, argissolos e neossolos. Juntos eles compõem aproximadamente 70% do território nacional.
A caracterização e a organização dos solos em diferentes classes nos permite manejá-los de acordo com seus atributos, que determinam suas potencialidades e limitações.
O que é solo
Solo corresponde à massa natural que compõe a superfície da Terra que suporta ou é capaz de suportar plantas. Essa massa contém matéria viva e é resultante da ação do clima e da biosfera sobre a rocha, que é seu material de origem. A transformação da rocha em solo se realiza durante um certo tempo e é influenciada pelo tipo de relevo.
O solo é constituído por diferentes partículas, que são:
Areia
É um acúmulo de pequenos pedaços de rochas ou minerais. Seu diâmetro varia entre 0,05 a 2 milímetros (mm). O mineral predominante na maioria das areias é o quartzo. Entretanto, outros minerais como muscovita, turmatita, feldspato, mica, magnetita e outros também podem serem encontrados. É a areia que dá a sensação de aspereza (atrito) do solo.
Silte
Partícula do solo com um diâmetro que varia de 0,05 a 0,002 mm, composta por feldspato, piroxênio, anfibólio, biotita etc. É o silte que dá a sensação de sedosidade.
Argila
Partícula de solo tão pequena que não pode ser vista a olho nu, seu diâmetro é menor que 0,002 mm. É composta por minerais secundários (ilita, montmorillonita e caulinita). É a argila que dá a sensação de plasticidade e pegajosidade.
A importância do solo
O solo é um dos recursos naturais mais importantes da natureza, pois exerce funções ambientais essenciais à vida.
Para que as plantas cresçam, suas raízes devem penetrar no solo de modo a sustentar sua parte aérea. Elas extraem nutrientes, que juntamente com o oxigênio (O2), o gás carbônico (CO2), a luz e o calor, contribuem para o seu crescimento.
Considerando os preceitos de sustentabilidade, o recurso solo ganha cada vez mais destaque nos debates nacionais e internacionais.
Este recurso natural é renovável, mas pode passar a não ser em função do desgaste constante em função de seu uso intensivo, que muitas vezes não respeita suas limitações individuais.
Camadas do solo
As camadas do solo, também chamadas de horizontes, são subdivisões que do solo que, dentro de uma determinada profundidade, compartilham as mesmas características. Essas semelhanças devem ser tanto de constituição (minerais presentes e textura) quanto de respostas e estímulos (como a cor, a consistência e outras mais).
Quais são os tipos de solos presentes no Brasil
A distribuição dos tipos de solo ao longo do território brasileiro é bastante diversificada, e reflete a variabilidade dos seus fatores de formação como o clima, o material de origem, o relevo, os organismos e o tempo.
A distribuição dos tipos de solo ao longo do território brasileiro é bastante diversificada, e reflete a variabilidade dos seus fatores de formação como o clima, o material de origem, o relevo, os organismos e o tempo.
De acordo com Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS), tipos de solos presentes do Brasil são:
Argissolos
Apresentam maior teor de argila nas camadas subsuperficiais em relação aos superficiais. Sua cor pode variar de acinzentada a avermelhada sendo as tonalidades amarelas e vermelhas as mais comuns.
Podem ser encontrados em praticamente todas as regiões brasileiras e representam aproximadamente 24% da superfície do País. Em termos de extensão geográfica, ocupam a segunda maior posição, depois dos Latossolos.
Cambissolos
Compreendem solos em fases iniciais de desenvolvimento. Apresentam pouca diferenciação dos camadas, principalmente pela cor e estrutura. Ocupam cerca de 2,5% do território brasileiro e é distribuído amplamente.
Chernossolos
São solos muito férteis e caracterizados pela presença da camada superficial densa e escura. Apresenta boa agregação de argila.
Esse tipo de solo ocupa 0,5% do território nacional. Ocorrem no Sul e no Nordeste e em pequenas áreas no Centro-Oeste.
Espodossolos
Apresentam acúmulo de matéria orgânica e alumínio. Mas de maneira geral têm predomínio de areia em sua composição, sendo considerados solos muito pobres e ácidos.
Sua camada subsuperficial pode apresentar cor escura, acinzentada, amarelada e avermelhada. Sua ocorrência é de aproximadamente 2% do território do País, sendo distribuído por toda a costa brasileira e oeste da Amazônia.
Gleissolos
Possuem material predominantemente argiloso e geralmente estão associados às proximidades de cursos d’água. As cores predominantes na subsuperfície são acinzentadas, podendo apresentar mosqueados devido à oxidação e redução em ambiente saturado por água.
Sua composição química e física é bastante variável devido à natureza do ambiente em que se encontra (várzea ou depressão). Os gleissolos ocupam 4% do território nacional e estão presentes nas regiões Norte, Centro-oeste, Sudeste e Sul do País.
Latossolos
Esses tipos de solos sofreram diversas transformações em seu processo de formação. Suas cores variam de avermelhadas a amareladas. Apresentam textura argilosa e podem ter estrutura de grãos.
Os latossolos são os solos mais representativos do Brasil, ocupando aproximadamente 39% da área total do País e sendo distribuídos praticamente por todo o território nacional.
Luvissolos
Apresentam significativos teores de argila nas camadas subsuperficias. São geralmente rasos, de coloração avermelhada ou amarelada. São amplamente encontrados no nordeste do País, ocorrendo em 3% da área do território brasileiro.
Neossolos
São solos jovens por consequência de reduzida ação dos fatores de formação. Constituídos por material mineral ou por material orgânico. Ocorrem aproximadamente em 15% do território brasileiro.
Nitossolos
São geralmente profundos, com textura argilosa e coloração avermelhada, sendo observada pouca diferenciação de cores entre as camadas. São bem drenados, estruturados, moderadamente ácidos e de fertilidade natural muito variável.
Em períodos secos, devido ao elevado teor de argila, podem formar fendas no sentido vertical. Sua ocorrência no Brasil é de aproximadamente 1,5% e são encontrados nas regiões Sudeste e Sul do País.
Organossolos
Os organossolos são formados por material orgânicos em diferentes estágios de decomposição. Esse material é proveniente da deposição e acúmulo de resíduos vegetais, com ou sem mistura de materiais minerais.
Por essa razão, apresentam coloração escura pois possuem elevados teores de carbono devido à decomposição da matéria orgânica. Não possuem áreas representativas de ocorrência no País, pois ocorrem em pequenas manchas e de maneira dispersa.
Planossolos
Possuem grande aumento de argila na subsuperfície. São extremamente duros quando secos e possuem baixa permeabilidade. Isso condiciona ciclos de redução e oxidação do ferro, propiciando as cores acinzentadas e mosqueados. Possuem maior ocorrência no Rio Grande do Sul, Nordeste e no Pantanal, ocupando aproximadamente 2% da área do País.
Plintossolos
Esse tipo de solo leva à formação de uma condição destacável da matriz do solo, denominada plintita. Essa formação ocorre devido à drenagem imperfeita e ciclos de redução e oxidação do ferro.
As cores são predominantemente cinzentas, vermelhas e amareladas ou mosqueado e muitas vezes com moderado aumento de argila em subsuperfície. São encontrados na região Norte do País, principalmente na região Amazônica.
Também são encontrados nas regiões Nordeste, Centro-oeste e Sudeste do Brasil. Ocupam aproximadamente 6% da área do território nacional.
Vertissolos
Apresentam altos teores de argila, com expressiva movimentação da massa do solo. No período seco ocorre formação de fendas largas e profundas. São de coloração acinzentada ou preta, sem diferença significativa no teor de argila entre a parte superficial e subsuperficial do solo.
São bastante férteis, ricos em cálcio, magnésio e rochas básicas. No entanto possuem baixa permeabilidade e drenagem lenta. São predominantes na zona seca do Nordeste, no Pantanal Mato-grossense, na Campanha Gaúcha e no Recôncavo Baiano, totalizando cerca de 2% da área do Brasil.