Principal produtor brasileiro, Paraná comemora o Dia Mundial do Feijão

O Dia Mundial do Feijão, instituído em 2019 pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), será comemorado nesta quarta-feira, 10 de fevereiro. Mas o dia não é apenas dele. Também se inclui a lentilha, grão-de-bico e ervilha, um grupo de sementes secas comestíveis de leguminosas conhecidas como pulses. O Paraná é líder na produção nacional de feijão, contribuindo para que o Brasil se coloque na terceira posição mundial.

Os pulses são excelentes fontes de proteína, fibra, cálcio, fósforo, ferro e vitaminas A e do complexo B. Também são muito versáteis na cozinha e podem ser consumidos verdes, secos, reidratados, torrados ou cozidos, seja em saladas, aperitivos, pastas ou, ainda, no preparo de pães, massas e sobremesas, por meio de sua farinha.

Segundo o Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe), os pulses, de uma forma geral, são considerados os alimentos mais nutritivos que existem, chamados até mesmo de superalimentos. Eles trazem muitos benefícios, como controle do peso e das taxas de açúcar no sangue, saúde do coração, prevenção de alguns tipos de câncer e nutrição durante a gravidez.

Além dos benefícios para a saúde, os pulses contribuem positivamente para a manutenção do meio ambiente e evitam o desperdício, pois sua cultura necessita menos água no processo produtivo comparada à soja, por exemplo. Para o solo, melhoram a absorção de carbono e fixam nitrogênio, o que contribui para a diminuição do efeito estufa. Também, em casos de rotação de culturas, melhora o rendimento das outras lavouras se seus resíduos são incorporados ao solo.

PRODUÇÃO – O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de feijão, com a marca de 3 milhões de toneladas ao ano, em média. Já o Paraná é o primeiro colocado no País. De acordo com levantamento do Deral/Seab, na safra 2019/20, a produção total foi de 587,1 mil toneladas de feijão do tipo preto, cores e caupi (feijão-de-corda).

Um fator importante para a alta produção e produtividade é a qualidade das sementes. Elas são certificadas, apresentando pureza genética e física para o bom desempenho da lavoura. A pureza genética possibilita a manutenção das características originais da variedade, enquanto a pureza física comprova que não contém misturas com outras partículas de impurezas ou sementes de invasoras.

São as sementes certificadas que garantem que a lavoura possa expressar plenamente seu potencial de rendimento. Além de ter a rastreabilidade assegurada por lei, pois desde o início de sua produção até o consumidor final é possível identificar cada lote colocado à disposição do mercado.

A utilização de sementes não certificadas, conhecidas como “piratas”, é fator de alto risco para as lavouras. Por não haver nenhuma garantia do produto adquirido, pode introduzir pragas e doenças quarentenárias inexistentes nas diferentes regiões do Brasil.

Pode também provocar perda de rendimento e de lucratividade da cultura, além do risco financeiro para o agricultor, visto que a lavoura não pode ser segurada pelos bancos. Estima-se que 90% das sementes de feijão plantadas não são certificadas.

Segundo a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), os prejuízos causados pela utilização desses produtos são de R$ 2,44 bilhões/ano para o Brasil e de R$ 220,4 milhões/ano ao Paraná (Abrasem).

DEFESA DO AGRICULTOR – No Paraná, a Agência de Defesa Agropecuária (Adapar) é a instituição que trabalha em defesa dos agricultores. “A Adapar atua na vigilância e prevenção de introdução de novas pragas agrícolas, além de contribuir para a segurança alimentar do consumidor pelo monitoramento de resíduos de agrotóxicos, buscando um produto de alta qualidade”, diz o gerente de Sanidade Vegetal do órgão, Renato Rezende Young Blood.

A certificação da atividade de produção de sementes e mudas no Brasil é responsabilidade do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A instituição estabeleceu mecanismos para a organização, sistematização e controle da produção e comercialização de sementes e mudas, e instituiu, por meio da Lei número  10.711, de 5 de agosto de 2003, e de seu Regulamento (Decreto nº 5.153, de 23 de julho de 2004), o Sistema Nacional de Sementes e Mudas – SNSM.

O sistema objetiva garantir a identidade e a qualidade do material de multiplicação e de reprodução vegetal produzido, comercializado e utilizado em todo o território nacional.