Nutrição foliar eleva produtividade em cana

Atualmente, aumentar a produção do canavial sem crescer em área é o maior desafio dos produtores de cana-de-açúcar. Nessa missão, o segredo daqueles que têm se destacado tem sido o investimento em tecnologias e ferramentas que ajudem a suprir as necessidades fisiológicas das plantas no momento certo e na quantidade necessária, como é o caso da nutrição complementar via folha que a cada safra comprova sua importância e eficiência.

Nas propriedades de Claudinei Antonio Schiavon em Santa Cruz das Palmeiras, Tambaú e Porto Ferreira, todas no interior paulista, a nutrição complementar via folha já é uma peça importante de sua produção. Ao todo a família cultiva 2,9 mil hectares de cana-de-açúcar e toda a colheita é vendida e esmagada pelas Usinas Ferrari e Abengoa.

Sempre em busca de novas tecnologias para conseguir aumentar a produtividade de seus canaviais, o produtor começou na safra passada (2017/2018) a utilizar o produto Potamol, fertilizante líquido da Ubyfol que contém alta concentração de molibdato de potássio – fonte ideal de molibdênio. Segundo Schiavon, os dados iniciais nas áreas onde foi aplicado essa tecnologia, já apontaram um aumento de cinco toneladas por hectare. “Satisfeitos com esses resultados, passamos a utilizar também os produtos da linha foliar em nossos canaviais de cana soca (cana de segundo corte), com a produtividade sempre aumentando”, destacou.

Com essa combinação de tecnologias, o agricultor empolgado e satisfeito com os resultados, já calcula nessa atual safra uma média de 105 toneladas por hectare. O resultado representa a tão almejada produtividade acima dos três dígitos.

Nutrição complementar via folha

Atualmente as lavouras tem passado por grandes revoluções. De acordo com Juliano Balbino, engenheiro agrônomo e coordenador comercial da Ubyfol, hoje para quem busca grandes saltos de produtividade, ou estabilidade nelas, sem dúvida a nutrição complementar é uma ferramenta extremamente necessária.

Nas principais culturas, entre elas a cana-de-açúcar, observa-se que todos os líderes de produtividade fazem uso efetivo de nutrição complementar profissionalizada e com alta qualidade. “Trabalhos científicos também conduzidos no setor mostram que a alta produtividade, sua estabilidade e o bom retorno sobre o investimento, em algum momento tem ligação com a nutrição complementar”, destaca.

No pacote tecnológico na cultura, existem ferramentas nutricionais para todos os momentos da produção, ou seja, desde o plantio até a cana de fim de safra, que trazem grande retorno. “Partindo do tratamento mais simples, até o mais completo, temos ganhos de produtividade que chegam a ordem de 18% a 20%. Ou seja, um canavial de 100 toneladas de média pode chegar a 120 de média nos cinco cortes com a inserção da operação de nutrição complementar”, afirma Balbino.

Benefícios extras

O mercado já quebrou o paradigma da nutrição complementar via folha. Hoje já é uma operação comum, e os ganhos de produtividade causados pelos estímulos enzimáticos, fisiológicos e nutricionais propriamente ditos, já são observações normais. Porém, estes não são apenas os únicos ganhos.

Existe uma tendência de melhoria de sanidade da planta, não causado pelo controle de doenças fúngicas e bacterianas, e sim pelo aumento da resistência das plantas. Partindo da teoria de que plantas nutridas e ativas são mais saudáveis, através de dados científicos por meio da teoria da trofobiose, quando a planta está em equilíbrio, seja de macro ou micronutrientes, a presença de doenças e pragas passa a ser algo com menor intensidade.

Segundo Balbino, uma planta em desequilíbrio tem sobras de aminoácidos e substâncias nutritivas, e isso ajuda a aumentar a presença de doenças e pragas. Devido a isso, esses efeitos secundários passam a ter uma determinada importância principalmente na cultura da cana-de-açúcar, onde o manejo de doenças ainda é algo relativamente novo. “Pode se observar que as ocasiões onde se tem feito manejo de micronutrientes via folha, principalmente com baixas doses de nitrogênio, tendem a ter menor incidência de doenças. Isso cabe mais estudos, mas a base que temos de literatura atualmente já nos dá muitos subsídios para acreditar nessas observações”, finaliza o profissional.