Mais ferrugem: Aprosoja é contra mudança na data de plantio da soja no Paraná

Segundo presidente da entidade, Márcio Bonesi, não há qualquer fato novo que justifique a mudança, criticada também pela Embrapa e Faep

A mudança na data limite para a semeadura da soja no Paraná, divulgada no dia 5 de novembro pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) tem gerado manifestações contrárias por parte de entidades que representam os produtores e de pesquisa. Segundo a Aprosoja-PR, a Adapar não apresentou nenhum fato novo que justifique a extensão do prazo e portanto teme que a medida possa facilitar ainda mais o avanço da pior doença da cultura, a ferrugem asiática.

A data limite para a semeadura do grão, que era até 31 de dezembro, agora foi estendida sem data final, entretanto há exigência que a colheita ou interrupção do ciclo da cultura deve ser realizada até no máximo dia 15 de maio.

Segundo o presidente, Márcio Bonesi, a Aprosoja-PR, é contra esta decisão, “preocupada com o futuro da soja no estado, principalmente com a sanidade das lavouras”, diz.

Ainda de acordo com o representante da entidade dos produtores, “antes de mudanças assim, sempre é preciso buscar contribuições da ciência e da pesquisa para entender, se posicionar e assim decidir para o que é o melhor para as lavouras. Dessa forma as alterações estabelecidas pela nova portaria são contrarias as recomendações da Embrapa Soja, principal instituição de pesquisa sobre a cultura da soja”, reitera Bonesi.

A Aprosoja ressaltou que não apenas ela e a Embrapa são contra a medida, mas também a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep).

“A Adapar não apresentou nenhum fato novo que justifique a extensão do prazo; tais como o lançamento de novos cultivares resistentes à ferrugem asiática ou de novas moléculas de fungicidas (com forma e ação diferenciada). Explicações anteriormente utilizadas pela agência para a manutenção das datas limites, anteriormente estabelecidas.

Ferrugem no estado

Na safra anterior, 2018/2019, o Paraná registrou 58 casos da doença, uma marca importante para o estado, já que é o menor número de casos das últimas 7 safras, resultado do cuidado dos produtores para evitar a proliferação dos esporos que dão origem a doença.