Estudo do IDR-Paraná recomenda plantio direto de mandioca em sistemas integrados

A equipe da Estação de Pesquisa do IDR-Paraná de Paranavaí finalizou a análise de dados de experimento em sistema integrado de produção agropecuária, com mandioca e bovinocultura de corte, após sete anos de avaliações. Os pesquisadores afirmam que o plantio direto de mandioca é uma opção interessante para a região do Arenito Caiuá, no Noroeste do Estado, desde que certos pressupostos sejam seguidos para assegurar os bons resultados com essa tecnologia.

O plantio direto é um sistema diferenciado de manejo do solo, visando diminuir o impacto das máquinas agrícolas. Nele a palha e os demais restos vegetais de outras culturas são mantidos na superfície do solo, garantindo cobertura e proteção do mesmo contra processos danosos, tais como a erosão. O solo só é manipulado no momento do plantio, quando é aberto um sulco onde são depositadas sementes e fertilizantes.

O estudo destaca que o maior período de pasto (quatro anos) na rotação com mandioca em plantio direto contribuiu de forma significativa para o incremento dos teores de carbono no solo durante os sete anos de avaliações.

Os estoques de carbono também aumentaram ao longo do tempo, mantendo valores considerados altos para os solos arenosos da região do Arenito Caiuá. Por outro lado, o período de dois anos de pasto precedendo o plantio convencional da mandioca não foi adequado para a manutenção dos teores de carbono no solo, observando-se a sua redução ao longo do período avaliado.

De acordo com os pesquisadores, nos sistemas integrados com mandioca e capim Marandu, o tempo que o pasto permaneceu no sistema foi de 2 ou 4 anos, antes da implantação da lavoura de mandioca. Esses tratamentos foram comparados com o pasto perene de Marandu. Tanto o pasto perene quanto o pasto nos sistemas integrados foram bem manejados, com correção do solo e fertilização para a produtividade desejada.

O manejo do pasto foi feito em função das alturas de entrada e saída dos animais, recomendadas para o sistema de pastejo com lotação rotacionada. A taxa de lotação média ficou em 7,9 Unidade Animal por hectare (UA/ha) no verão e 2,7 UA/ha no inverno. O ganho médio diário de peso dos animais ficou em 637g/dia no verão e 436g/dia no inverno, sem suplementação em ambos os períodos.

A produtividade de mandioca variou em função das safras avaliadas, com menor produção observada no sistema plantio direto após dois anos de pasto (safra 2016/2017), quando comparado ao plantio convencional, provavelmente em função de fatores climáticos como o excesso de chuva e menores temperaturas.

Já na safra 2018/2019, quando a mandioca foi cultivada após quatro anos de pasto, não se observou diferença na produtividade entre o plantio convencional e direto (61 toneladas por hectare de raízes tuberosas). Os pesquisadores ressaltam a importância do pasto bem manejado, com correções e fertilizações adequadas nos sistemas integrados de produção, garantindo bom desempenho animal e produtividade da cultura, com melhorias nas características do solo da região.