A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) afirmou que o estado deverá sofrer com a falta de milho para a indústria e para a alimentação dos animais já no primeiro semestre do ano de 2020. De acordo com a entidade, o Brasil se tornou em 2019 o maior exportador de milho do planeta, com o embarque de 44,9 milhões de toneladas, um crescimento de 88% em relação ao ano anterior, superando até os Estados Unidos.
No entanto, ocorreu um encarecimento dos custos para os criadores de aves e de suínos de Santa Catarina. “É uma situação que tem dois lados, enquanto beneficia o plantador de milho, ameaça acarretar sérios prejuízos para as cadeias produtivas da proteína animal e para o parque agroindustrial”, disse o vice-presidente da Faesc e ex-secretário de Estado da Agricultura, Enori Barbieri, na nota desta semana.
Para o portal especializado CarneTec Brasil, a insuficiência de milho será decorrência de fatores naturais como a seca, queimadas, atraso no plantio e redução de área cultivada e econômicos, como o aumento das exportações do grão em face da situação cambial favorável. “A tendência é de quadro de oferta apertado em relação à demanda. Por isso, o mercado brasileiro de milho inicia 2020 com perspectiva de preços firmes pelo menos para este primeiro semestre.”
“Neste ano, a produção brasileira de milho está estimada em 104,135 milhões de toneladas, com queda de 3% em relação ao resultado de 2019 (107,375 milhões de toneladas). A situação será difícil em 2020 e já deve faltar milho no primeiro semestre. O cenário é preocupante porque, da demanda total, 96% destinam-se à nutrição animal, principalmente dos plantéis de aves e suínos”, disse a Faesc.