As altas temperaturas de Mato Grosso têm favorecido a multiplicação de um inseto difícil de erradicar, a mosca branca. Alguns produtores já estão em estado de alerta, pois a “fumagina”, principal doença transmitida pela mosca, pode comprometer toda uma lavoura de soja, e gerar prejuízo de até 15 sacas por hectare.
O produtor Jocelei José Romancini, de Lucas do Rio Verde (MT), já fez uma aplicação e ainda precisará de mais algumas para controlar a mosca branca em sua lavoura de soja. Na safra passada, 2018/2019, a praga causou prejuízos de menos 6 sacas por hectare, na média. Para mudar isso, nesta temporada, o monitoramento começou mais cedo nas áreas do grão.
“Tenho que ficar de olho, porque o gasto já foi feito e temos que cuidar. Todo ano isso acontece nessa época, sempre no final do ano, começo de janeiro”, diz.
Para sobreviver na lavoura, a praga depende de uma temperatura média de pelo menos 32°C. Do nascimento até a fase adulta, são apenas 19 dias e o impacto do ataque nas lavouras de soja são maiores diante da grande escala de produção.
“Na produtividade a mosca chega a tirar quase quinze sacas, facilmente. Pois a “fumagina”, que limita a formação de açúcar pela folha, cria um filme de fungo em cima da folha e o potencial fotossintético daquela folha é comprometido”, afirma o engenheiro agrônomo, Clédson Guimarães. sacas
Para evitar mais prejuízos com a proliferação da mosca branca, a recomendação é monitorar as possíveis áreas hospedeiras e iniciar o controle no primeiro estágio da praga.
“Tem que ficar de olho na beira de mata, que é onde acontece os primeiros focos. A divisa com outras culturas também costuma ter as primeiras entradas”, ressalta Guimarães.
Segundo o engenheiro agrônomo, assim que notar pelo menos cinco ninfas por folíolo ou quinze ninfas por trifólio é preciso começar a aplicação
“Algumas entidades falam de 30 ninfas por trifólio, mas eu considero menos, pois desde que eu comecei nessa régua o resultado foi muito satisfatório”, diz Guimarães.
O produtor Romanini alerta que o controle precisa ser feitos em todas as propriedades, pois se um faz e o vizinho não, o trabalhos fica invalidado.
“É um bicho que anda bastante, então todo mundo tem que fazer a sua parte e ir eliminando, controlando um pouco. Se o vizinho não faz a parte dele, todo mundo perde. O povo está ciente que isso não é brincadeira”, conta.
O diretor administrativo da Aprosoja-MT, Lucas Beber, afirma que ao notar que o vizinhos não está cuidando de sua área, ou se há alguma área abandonada cheia de praga, o produtor pode denunciar para a Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea).