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Soja ainda rende lucro de 16%

Esse percentual chega a 49% se considerados apenas os custos operacionais.
Mesmo em queda, os preços da soja ainda proporcionam lucro ao redor de 16% para o sojicultor brasileiro, depois de pagas todas as despesas (custos totais). Esse percentual chega a 49% se considerados apenas os custos operacionais. É o que aponta o analista de mercado Luiz Pacheco, da T&F Consultoria Agroeconômica.

Além desse, o especialista alinha ainda outros dois grandes fatores positivos: problemas climáticos continuam afetando a produção de soja nos Estados Unidos e os dados considerados ‘altistas’ do relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgado nesta semana.

Como fatores negativos, Pacheco elenca três principais: a redução da demanda chinesa, com o recuo de 18,75% no volume de importações desta semana, que assou da média de 8,0MT para 6,5MT; a queda dos prêmios no Brasil a cada alta da cotação da soja em Chicago; e a queda de 2,11% na cotação do dólar desta semana no Brasil.

“O mercado concentrou-se principalmente na safra dos EUA, que apresenta algumas dificuldades desde o seu início e esta semana o mercado novamente incorporou perspectivas adversas para a produção. Em primeiro lugar, o panorama climático não oferece melhoras nas condições. Previsões de baixa pluviosidade e altas temperaturas forneceram suporte para os preços. Desta forma, o potencial produtivo transmitiu alguma preocupação ao mercado, apoiando os preços”, explica ele.

Por outro lado, destaca o especialista da T&F, um novo relatório do USDA trouxe dados altistas que reforçou a tendência do mercado: “Os novos números mostraram um ajuste na estimativa de colheita maior do que os analistas acreditavam. O volume de produção seria 104,6 milhões, quando os analistas privados estimam a média de 105,6 milhões de toneladas. Por sua vez, significa uma queda de 8,3 milhões de tons em comparação com a estimativa mensal anterior. De acordo com os dados fornecidos pela Agência, o corte justifica-se por um ajuste tanto na área quanto no rendimento”.

“Em contraposição, o mercado encontrou limites para o aumento de novos dados da China. O volume de importação do gigante asiático para junho ficou em 6,5 milhões de tons, representando uma queda significativa. A média dos últimos 3 anos para esse mês, equivale a 8 milhões de tons Assim, a disputa comercial com os EUA e o avanço da febre Africana sobre os suínos, afeta o ritmo de compras do maior importador de soja do mundo”, conclui Pacheco.

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