“Poderosa atração desses insetos, o que permitiria sua incorporação em iscas alimentares tóxicas”
Cientistas do Instituto de Pesquisa em Biodiversidade e Meio Ambiente (Inibioma), de San Carlos de Bariloche, Argentina, identificaram que o composto heptil butirato pode controlar a formiga cortadeira (Acromyrmex lobicornis). Trata-se de uma das principais pragas agrícolas e florestais das regiões tropicais e subtropicais da América, e ataca agressivamente folhas e brotos de árvores, como eucalipto, oliveiras, alfarrobeiras, choupos e salgueiros.
De acordo com os pesquisadores, o composto exerce uma “poderosa atração desses insetos, o que permitiria sua incorporação em iscas alimentares tóxicas”. Extraído de maçãs e ameixas frescas, o composto já está disponível comercialmente em alguns países, sendo até então usado como feromônio em armadilhas químicas para vespas.
Segundo a pesquisadora do Inibioma Micaela Buteler, a descoberta é importante porque trata-se de um composto derivado natural e está disponível comercialmente a baixo custo: “Já existem atrativos à base de citros, mas como as formigas podem aprender a rejeitar iscas tóxicas, é necessário que outros atrativos sejam incorporados a no manejo dessa praga”.
As conclusões desta pesquisa foram publicadas na revista “Anais da Academia Brasileira de Ciências” e tiveram a participação de Micaela Buteler, Andrea Alma, Patricia Fernández e Daiana Perri. Os experimentos foram realizados em Dina Huapi, em Río Negro, San Carlos de Bariloche.
“O próximo passo é testá-lo em conjunto com um pesticida de campo, já que ainda não o fizemos”, enfatizou Buteler.