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Cultivares da Embrapa presentes em 70% da área de cevada

A safra brasileira de cevada está estimada em 416 mil toneladas, com produtividade das lavouras 12% maior em relação ao ano passado. As cultivares de cevada da Embrapa, presentes em 70% da área de cultivo, favoreceram o bom desempenho das lavouras com sanidade e produtividade.

Os cultivos com cereais de inverno foram favorecidos pelo frio e clima seco durante o inverno na Região Sul. Porém, as condições do ambiente resultaram no aparecimento de oídio nas lavouras, doença que pode causar danos de até 28% no rendimento de grãos na cevada. Depoimentos de produtores relatam a necessidade de até quatro aplicações de fungicidas para controle de oídio em cultivares suscetíveis à doença.

Há vários anos, o programa de melhoramento genético de cevada da Embrapa Trigo avalia linhagens visando à caracterização quanto à reação ao oídio. O agente causal, Blumeria graminis f. sp. hordei, possui grande variabilidade genética, sendo o uso de cultivar de cevada resistente, por longo período e em larga escala, fator de pressão de seleção sobre o patógeno, levando à seleção de raças capazes de quebrar a resistência. As mais recentes cultivares lançadas pela Embrapa contêm o gene mlo, que confere resistência durável a todas as raças do fungo causador do oídio.

O uso de cultivares da Embrapa, identificadas pela sigla BRS, contribuiu para o aumento de produtividade na cultura da cevada. Em 1985, quando o programa de melhoramento genético da Embrapa começou a atuar em cevada, a produtividade média coma as primeiras cultivares BRS foi de 1.671 kg/ha. Dez anos depois, as cultivares BRS ocupavam 46% da área cultivada com cevada no Brasil e a produtividade média saltou para 2.526 kg/ha. Em 2016, um dos melhores anos para a cevada, a produtividade média nacional superou 3.900 kg/ha e as cultivares BRS ocuparam cerca de 90% da área plantada. Nesta safra, com as colheitas ainda em andamento, a estimativa é chegar aos 3.557 kg/ha de média, com 70% da área com cultivares BRS.

“Pode-se afirmar que a disponibilização da genética Embrapa representou um divisor de águas na produção nacional, consolidando a cevada como mais uma opção rentável para os produtores de grãos do Sul e do Cerrado”, avalia o pesquisador da Embrapa Trigo Euclydes Minella. O pesquisador destaca ainda que, se depender da competitividade da genética Embrapa, o País pode voltar a pensar na autossuficiência em cevada e malte tentada nos anos 70. 

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