Depois de dois meses de queda, o preço do leite pago ao produtor ficou praticamente estável no pagamento realizado em setembro, que remunera a produção de agosto.
Considerando a média nacional dos dezoito estados pesquisados pela Scot Consultoria, o produtor recebeu R$1,20 por litro, sem o frete.
Já o preço médio com bonificações por qualidade subiu 0,8%, em relação ao pagamento anterior, conforme apresentamos na figura 1.
Apesar da produção aumentando nas principais bacias leiteiras, o ritmo de incremento na oferta de leite tem sido menor que nos anos anteriores, o que mantém a concorrência entre os laticínios neste início de safra no Brasil Central e região Sudeste.
Segundo o Índice de Captação da Scot Consultoria, de junho até setembro a produção de leite no país crescera 6,8%. Em igual período de 2018, o indicador já havia subido 11,6%.
O atraso nas chuvas (capim ainda em situação ruim), o aumento do custo do milho em agosto e setembro e a queda na margem da atividade nos últimos pagamentos (menor investimento do produtor) colaboram com este cenário.
Destacamos, i) a queda na captação de leite nas indústrias nos estados da região Nordeste, em função do clima seco; ii) no Sul do país, a produção de leite já caiu no Rio Grande do Sul, com a saída dos animais das pastagens e a expectativa é de manutenção a recuos nos próximos meses nos três estados da região.
Para o pagamento a ser realizado em outubro/19, que remunera a produção entregue em setembro, 58% dos laticínios pesquisados pela Scot Consultoria acreditam em manutenção das cotações, 37% falam em queda e os 5% restantes estimam alta (laticínios na região Nordeste).
O movimento de baixa deverá voltar a ganhar força em curto prazo, com a produção no Sudeste e Centro-Oeste aumentando com as chuvas.
Entretanto, incrementos maiores nas produções de leite nessas regiões são esperados a partir de meados de outubro/novembro, já com as chuvas mais regulares e bem distribuídas e melhoria das condições das pastagens.
Para o pagamento de novembro (produção de outubro) aumentou a quantidade de laticínios estimando queda no preço do leite ao produtor em São Paulo, Minas Gerais e Goiás, por exemplo, mas no Sul o tom do mercado é de estabilidade.
Somente no Nordeste são esperados reajustes positivos para o produtor nos próximos pagamentos