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EUA vendem quase 1 milhão de toneladas para a China só nesta semana

Fontes internacionais e analistas de mercado apostam que os volumes adquiridos pelo país asiático podem superar os 3 milhões de toneladas

Após o anúncio chinês sobre a manutenção da isenção de tarifas para importação de soja dos Estados Unidos, no início da semana, os norte-americanos compraram quase 1 milhão de toneladas de soja do país asiático. Se somar as 720 mil toneladas anunciadas na semana anterior, em duas semanas os EUA venderam 1,680 milhão de toneladas para os chineses.

Os exportadores privados norte-americanos reportaram ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), nesta sexta-feira, a venda de outras 126 mil toneladas de soja para a China, com entrega na temporada 2019/2020. Na quinta, haviam negociado a venda de 257 mil toneladas e na quarta o maior volume, de 581 mil toneladas.

Toda operação envolvendo a venda de volume igual ou superior a 100 mil toneladas do grão, feita para o mesmo destino e no mesmo dia, tem que ser reportada ao USDA.

Rumores nos dias anteriores diziam que a China iria liber de tarifas volumes de importação de 2 a 3 milhões de toneladas, fato confirmado nesta quarta, mas sem citar um limite de embarques.

China mantém isenção para a soja

A Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma e do Ministério do Comércio da China informou nesta quarta-feira, 25, que o país asiático vai continuar com as isenções tarifárias adicionais sobre a soja e carne suína dos Estados Unidos.

Fontes oficiais afirmaram ainda que a China apoia empresas a continuar comprando uma certa quantidade de produtos agrícolas norte-americanos, conforme as regras do mercado e da Organização Mundial do Comércio. A fala ocorre após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, divulgar três listas com mais de 400 tipos de produtos chineses que seriam isentas de tarifas adicionais.

Vendas na semana anterior foram grandes também

Na semana passada, após uma breve trégua na guerra comercial entre Estados Unidos e China, anunciada na quinta-feira,12, os chineses haviam comprado mais de 600 mil toneladas de soja dos norte-americanos.

No dia seguinte ao acordo (na sexta-feira, 13), apenas a venda de 204 toneladas foram anunciadas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Entretanto alguns analistas acreditavam que o restante seria anunciados nesta semana.

Na última segunda-feira, 16, o USDA anunciou a venda de mais 256 mil toneladas de soja para a China, com previsão de entrega na temporada 2019/2020.

E na terça, 17, se completou o total com outras 260 mil toneladas, também com entrega para a temporada 2019/2020. Ao todo foram negociados 720 mil toneladas para a China.
Toda operação envolvendo a venda de volume igual ou superior a 100 mil toneladas do grão, feita para o mesmo destino e no mesmo dia, tem que ser reportada ao USDA.

Mais vendas?

Para o diretor da ARC Mercosul, Matheus Pereira, a China pode comprar de um a dois milhões de toneladas de soja dos Estados Unidos entre novembro e dezembro.

“Pode ser até mais, chegando a quatro ou cinco milhões de toneladas, dependendo de como as conversas evoluíram em outubro. Isso pode sim trazer vantagens para o produtor do Brasil, já que os preços são formados com base em Chicago, que está subindo por conta do acordo”, comenta ele.

Pereira acredita que o Brasil não sentirá impactos negativos com isso. “Eu não diria que essas compras irão tirar as vendas do Brasil, até porque os embarques acontecem em um período que os estoques brasileiros estarão apertados. A situação só deve ficar ruim para o país caso a guerra comercial acabe, porque aí, com maior oferta global, os prêmios pagos cairiam”, finaliza.

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