O Fusarium R4T, um fungo prejudicial, ataca as raízes das variedades da banana Cavendish, que representa 99% dos embarques mundiais de banana, ameaçando a sua extinção. Os grandes produtores, incluindo as multinacionais americanas que dominavam o mercado, optaram por plantar bananas clonadas em vez de pesquisar novas espécies para diversificar.
Isso porque não é possível gerar resistência ao TR4 em Cavendish usando métodos convencionais porque a variedade é estéril e propagada por clonagem. Assim, a única maneira de salvar Cavendish pode ser modificar seu genoma.
A equipe de James Dale, um biotecnólogo da Universidade de Tecnologia de Queensland, em Brisbane, na Austrália, concentrou-se em alterar as plantas de Cavendish, inserindo um gene da banana selvagem Musa acuminate malaccensis que confere resistência ao TR4. Depois de publicar resultados promissores de um pequeno teste de campo, um estudo maior começou há 15 meses. Dale e seus colegas plantaram Cavendish transgênico em meio hectare de terra infestada com TR4 no norte da Austrália. As bananas transgênicas sobrevivem.
Agora, eles planejam solicitar a aprovação dos reguladores australianos para comercializar uma banana Cavendish transgênica após o término do estudo em 2021. Mas é impossível prever se as autoridades aprovarão ou quanto tempo a aprovação poderá levar. Como a maioria das pessoas sofre da síndrome de Frankenstein e considera os transgênicos algo mais antinatural ou menos ecológico do que a própria agricultura convencional, parece que será difícil.
Em uma tentativa de tornar as bananas biotecnológicas mais agradáveis aos reguladores, Dale também está editando o genoma Cavendish com o CRISPR para aumentar sua resistência ao TR4, em vez de inserir genes externos.