As práticas de correção de solos conhecidas como calagem e gessagem são importantes para assegurar índices mais altos de produtividade tanto para o plantio de pastagens e florestas, quanto para o cultivo de grãos como soja, milho e sorgo. As medidas são indicadas para os solos ácidos, mais comuns no Cerrado brasileiro, e são consideradas baratas em função dos benefícios para o produtor.
Calagem é aplicação de corretivo (calcários, cal, carbonato de cálcio etc) no solo com o objetivo de neutralizar o alumínio, que é tóxico para as plantas. A aplicação de nutrientes como cálcio, magnésio, potássio, fósforo, nitrogênio etc nos solos ácidos favorece o melhor desenvolvimento das culturas.
A gessagem consiste em empregar gesso para corrigir o perfil do solo em camadas mais profundas, entre 20 e 60 cm de profundidade, e suprir a necessidade das plantas de cálcio e enxofre. “Isso possibilita que as raízes cresçam e busquem água e nutrientes mais profundamente e resistam melhor aos períodos de estiagem”, explica o pesquisador da Embrapa, Alexandre Agiova.
O pesquisador afirma que, por terem objetivos diferentes, as duas práticas são complementares. Ambas requerem a gradagem pesada do solo para a incorporação dos nutrientes e, posteriormente, gradagens intermediárias para nivelar a terra antes da semeadura. As quantidades de corretivo adequadas devem ser indicadas por um técnico, após o exame de análise do solo, que também define melhor momento da aplicação. As doses do corretivo são prescritas considerando o grau de exigência da cultura que será introduzida, além da situação do solo.
Agiova explica que a calagem deve ser feita com antecedência em relação ao período de plantio porque são necessários três meses para que ocorram as reações químicas que proporcionam o desenvolvimento das gramíneas. Em relação às leguminosas esse prazo é de seis meses.