Estudo mostra que o ramo é um dos mais promissores do agronegócio, devido a demanda potencial e proteção contra os eventos climáticos
A TCP Partners realizou levantamento que analisou que a agricultura irrigada no Brasil apresentou desde 2006, uma taxa de crescimento de 4,7% ao ano. De acordo com dados do IBGE, em 2021 a área de cultivo irrigada correspondia a 8,2 milhões de hectares. A previsão é de que até 2040 ocorra um crescimento aproximadamente 50% em termos relativos para o período.
Segundo o estudo “Mercado de Irrigação Agrícola do Brasil”, a cultura de cana-de-açúcar fertirrigada representa 2,9 milhões de hectares ou 35,4% em relação ao total, seguido pelas demais culturas em pivôs centrais (arroz, cana e café) com 1,4 milhões de hectares ou 17,6% em relação ao total. A região Sudeste concentra a maior participação no percentual de área irrigada, com 39,8%, seguida pelo Sul com 25%, enquanto o Norte representa apenas 5,5%. É importante mensurar o percentual de área irrigada de cada região, pois por meio dela é possível ter uma maior produtividade, de 2 a 3 vezes em relação a áreas não irrigadas, além da utilização do solo durante todo o ano com até três safras anuais.
Para Ricardo Jacomassi, sócio e economista-chefe da TCP Partners, as variações climáticas sempre foram motivo de preocupação para a atividade agropecuária, o que certamente favoreceu o desenvolvimento de tecnologias em diversas áreas. “O mercado é próspero e minimiza riscos climáticos, além de potencializar a produtividade do agronegócio. E a indústria de irrigação é um importante pilar para a expansão do agronegócio em seus vários segmentos, como frutas, hortaliças e grãos, pastagens”, explica o economista.
Ainda de acordo com o levantamento, o PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio vem experimentando um ciclo de crescimento ancorado na produtividade e na dinâmica favorável dos preços internacionais das commodities.
A área de grãos cultivada no Brasil apresentou entre 2006 e 2021 (período divulgado pelo IBGE) uma taxa de crescimento de 2,5% ao ano. A safra de 2020/21 atingiu 69,1 milhões de hectares plantados e a produção teve uma taxa de crescimento ao ano de 5,0%, entre 2006 e 2021. Ainda segundo o instituto federal, a produção de grãos cultivada no Brasil correspondeu a 253,2 milhões de toneladas. Há ainda a previsão que a produção de grãos chegue a cerca de 333 milhões de toneladas até 2031, aumento de aproximadamente 80 milhões de toneladas ou 32% em termos relativos para os próximos 10 anos.
O incremento de novas áreas agricultáveis é uma resposta direta para garantir uma oferta mundial de alimentos a um preço que amenize o ambiente inflacionário derivado da forte demanda por commodities. Portanto, para sustentar o crescimento da produção de grãos e outros produtos agrícolas, a irrigação é um elemento fundamental, assim como a genética, defensivos agrícolas e fertilizantes.
O segmento de irrigação tem muitas oportunidades e atrai muitos investidores. É possível identificar um número relevante de empresas de pequeno e médio porte e a presença em multinacionais de capital aberto atuando no mercado brasileiro. “Acreditamos que o negócio de irrigação será promissor uma vez que é parte da solução de redução de riscos e assim, deverá atrair investidores, produtores, governos e demais agentes que atuam no agronegócio”, finaliza Jacomassi.