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Para onde vão os preços dos grãos?

No mundo inteiro, tudo está ficando mais caro, e as pessoas consomem menos

Os preços das commodities na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam em queda na sessão de ontem e o mercado se pergunta para onde vão as cotações. A opinião da Consultoria AgResource Brasil é de que “a volatilidade deve continuar a movimentar os preços pautada no cenário macroeconômico batalhando contra os fundamentos”.

“A queda nos preços ocorre principalmente pelo medo de recessão, notado também pelo fortalecimento da moeda americana, a queda e reforçada pela saída dos fundos em posições compradas ao aguardo dos dados da inflação americana que [foram] divulgados [nesta quarta-feira, 13 de Julho]”, afirma a Consultoria AgResource Brasil. 

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O Relatório da Previsão da Oferta e Demanda Agrícola Mundial (WASDE, na sigla em inglês) do USDA, divulgado na terça-feira, 12 de Julho, trouxe redução da safra de soja em 3,67 milhões de toneladas e aumentou os estoques finais de milho. “As previsões globais de oferta e demanda de oleaginosas para 2022/23 incluem menor produção, menores exportações, maior esmagamento e estoques finais mais baixos em comparação com o mês passado”, afirmou o órgão oficial norte-americano.

De acordo com o Chefe de Grãos da Datagro Consultoria, França Junior, os números do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos vieram “mistos, mas com amplo predomínio de informações negativas aos preços de soja, milho, trigo e algodão”.

Para o analista sênior da Consultoria TF Agroeconômica, Luiz Pacheco, os fechamentos em forte queda de Chicago, base para os preços de exportação, arrastaram os preços FOB do milho brasileiro e aliviaram a concorrência sobre os preços internos. “Isto desencadeou tomada de lucro por parte dos investidores na B3, levando os fechamentos ao setor negativo”, apontou.

“Pelo aspecto fundamental os preços dos grãos devem subir. No entanto, com a forte recessão mundial podem cair, porque no mundo inteiro tudo fica mais caro e as pessoas consomem menos. Por isso as commodities estão caindo. Além disso, a China voltou a impor lockdowns, que também reduz o consumo e, por outro lado, o clima está favorável nos EUA, aumentando a oferta”, explica. 

De acordo com o especialista, há uma boa chance de tudo realmente cair: “Mas, no caso do milho, o segundo semestre é de maior demanda no Brasil, então pode subir internamente e no caso do trigo, com a pouca disponibilidade, idem, apesar de que o consumidor final não está aceitando os altos preços e is produtos estão se acumulando nas gôndolas, provocando um efeito reverso de redução da demanda”, conclui Pacheco.

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