Apesar do avanço da colheita da safrinha, espaço para fortes quedas nos preços do milho é limitado
A produção da segunda safra de milho brasileira, popularmente chamada “safrinha”, deve totalizar 85,59 milhões de toneladas, de acordo com a Consultoria AgResource Brasil. Houve um aumento de 0,61% na comparação com a projeção anterior, que havia sido estimada em 85,07 milhões de toneladas.
“A revisão ocorreu com um incremento de área nos estados do Norte e Nordeste, elevando a área do milho 2ª safra do Brasil de 16,06 para 16,21 milhões de hectares. Com isso a produção também foi impactada, mesmo com a produtividade mantida no patamar anterior”, segundo a nova estimativa atualizada de produção de milho para o ciclo 2021/2022.
A AgResource Brasil projeta que a produção total de milho no Brasil deve atingir 110,73 milhões de toneladas, um incremento de 0,5% em relação a estimativa de junho. Os analistas de mercado estimam ainda que o milho segunda safra tenha atingido 30% da área plantada no final da semana passada e por isso as revisões concentram-se nas estimativas de área, enquanto a produtividade poderá ser revisada após um avanço mais significativo da colheita.
Já para a soja, a equipe da filial da empresa norte-americana AgResource Company manteve os números da estimativa de junho em 121,93 milhões de toneladas de produção para a área plantada em 41,51 milhões de hectares.
EFEITO NO PREÇO
Apesar da atual fraqueza da exportação, ela poderá se fortalecer no segundo semestre e fazer os preços do milho subirem, avalia a corretora Scot Consultoria. Para eles, “apesar do avanço da colheita da segunda safra, o espaço para fortes quedas nos preços do milho é limitado, puxado por um cenário internacional instável quanto à oferta do grão”.
De acordo com a Consultoria TF Agroeconômica, além da demanda chinesa, em meio à instabilidade de abastecimento global de milho, oriunda do conflito entre Rússia e Ucrânia, o Brasil ganha destaque como um importante agente no atual momento geopolítico mundial no suprimento de alimentos e poderá ver um incremento nas exportações do cereal ao longo de 2022.