Com os problemas climáticos enfrentados na primeira safra de milho, com estiagem prologada na Região Sul e chuvas excessivas no Centro-Oeste do Brasil, a expectativa de muitos produtores era de que os preços pagos pelo cereal fossem bater nos R$ 130/saca. A realidade, no entanto, não confirmou as projeções, e os cálculos precisam ser refeitos, aponta a equipe de analistas de mercado da Consultoria TF Agroeconômica.
Em sua análise semanal sobre a tendência dos preços, os especialistas afirmam que a demanda de exportação “arrefeceu um pouco e a demanda interna está satisfeita com o pouco que está se colhendo. Além disso, milho do Mato Grosso do Sul e de Goiás chegariam ao Rio Grande do Sul a preços competitivos, impedindo novas altas, além do que está. Mas, entre abril e final de maio os preços irão subir um pouco ainda”.
PLANTIO EUA
Ao contrário da soja, cuja área deverá aumentar, a expectativa para o relatório de intenções de plantio de milho nos Estados Unidos é de uma redução de 1,49% da área a ser plantada na safra 22/23, passando de 230,79 milhões de hectares para 227,34 Mha. “Este é um fator altista a médio e longo prazos”, comenta a equipe de analistas da Consultoria TF Agroeconômica.
Como conclusão, os especialistas continuam afirmando que, no médio prazo, os preços do milho podem voltar aos níveis acima de R$ 100,00/saca nas principais praças brasileiras. Por outro lado, dizem eles, “não acreditemos que possam atingir os níveis sonhados por alguns agricultores de R$ 130,00 ou mais”.