A China poderá reduzir sua demanda por soja em nada menos que 30 milhões de toneladas, de acordo com a agência oficial de notícias Xinhua. O objetivo do governo de Pequim, que já havia emitido diretrizes no ano passado recomendando a redução de farelo de soja e milho na alimentação de suínos e aves, é de tentar reduzir sua dependência de grãos importados.
Para isso os produtores de proteína animal chineses estão sendo orientados a seguir promovendo rações com menos quantidade de farelo de soja. No lugar da oleaginosa, a ordem é aumentar o percentual de proteínas de grãos alternativos e aminoácidos, informa a Xinhua citando informações passadas por autoridades agrícolas (não identificadas).
Atualmente a China importa quase 100 milhões de toneladas de soja por ano para produzir farelo de rico em proteínas que atendem seu enorme setor pecuário. A porção de farelo de soja na ração caiu para uma média de 15,3% em 2021, o que representou uma queda de 2,4 pontos percentuais em comparação com 2020, aponta a maior agência chinesa.
Apenas entre as 33 maiores empresas chinesas fabricantes de alimento animal, as rações de farelo de soja alcançaram uma média de 11,8% no ano passado. Isso significou uma queda de 1,6 ponto percentual em relação ao ano anterior.
Ao todo, a China pode reduzir o uso de farelo de soja em mais 23 milhões de toneladas, o que reduziria suas necessidades de soja em quase 30 milhões de toneladas se continuar a promover dietas de gado com baixo teor de proteína, acrescentou o relatório das autoridades agrícolas do gigante asiático.
Para a alimentação de bovinos e ovinos, os fabricantes de ração podem aumentar o uso de forragem para substituir o farelo de soja, acrescentou o governo chinês. A China mantém o discurso de que aumentar a produção de soja será uma “grande tarefa política” este ano, depois que a produção da oleaginosa caiu em 2021, quando os agricultores plantaram mais milho.