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Soja será um bom negócio em 2022?

O desempenho dos produtores brasileiros de soja em 2021 foi novamente satisfatório, aponta análise da consultoria DATAGRO. Para chegar a essa conclusão foram levados em consideração os três principais indicadores de saúde financeira: preços médios praticados, lucratividade bruta e rentabilidade como opção financeira.

“Aliado às condições climáticas no geral boas e mercado muito firme, garantiu aos sojicultores o décimo quinto ano consecutivo de renda positiva”, afirma a DATAGRO. De acordo com eles, o comportamento dos preços, atuou de maneira significativa no resultado do setor no ano passado, visto que a média brasileira da soja fechou 2021 em R$ 160,92/60 kg, 42% acima dos R$ 113,00 da forte média de 2020. Para este ano, por enquanto, as previsões apontam para preços médios próximos ou até acima de 2021.

De acordo com a consultoria, a lucratividade bruta – que mede a relação entre a receita média obtida e o custo de produção – apresentou resultados médios amplamente positivos para a renda dos produtores, sendo em todos os casos superiores às bases de 2020, em linha com o que vem sendo observado desde 2007. Porém, convém salientar que são resultados médios e variam de produtor para produtor e de região para região.

“Para 2022, as previsões apontam para lucratividades novamente positivas na média, mas com chances de ficarem abaixo do ano passado, em virtude das fortes altas nos custos de produção. Além disso, há expectativa de produtividades menores. Com isso, a renda deve ser salva apenas pelos preços bem maiores”, destaca Flávio Roberto de França Junior, coordenador de Grãos da DATAGRO.

Em relação à rentabilidade da soja como ativo financeiro, acrescentam, a exemplo de 2020, 2019, 2018, 2015, 2012 e 2010, foi interessante aos sojicultores: “Na mesma linha dos anos citados, a variação acumulada de 2021 foi positiva, com o quadro melhorando levemente durante o ano em função dos preços no segundo semestre terem ficado um pouco acima dos valores do primeiro semestre”.

Ainda de acordo com a DATAGRO, o produtor que optou por segurar o produto e vendê-lo apenas no final do ano, pensando na soja como um ativo financeiro, teve uma rentabilidade real positiva de 2,32% em 2021, já descontada a inflação de 9,74% (índice IPC-Fipe). Entretanto, bem abaixo do recorde de 65,35% em 2020, 8,42% em 2019 e 5,21% em 2018.

“Apesar de mais modesto, o desempenho foi superior a todas as opções de investimentos analisadas: o índice Bovespa teve perda real acumulada de 19,74%, o dólar turismo de 10,89%, o rendimento da Caderneta de Poupança caiu 6,15%, o CDB pré-fixado recuou 3,61% e o dólar comercial, -2,07%”, conclui o levantamento.

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