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NOAA indica estiagem de 15 dias para o RS e estado corre risco de fazer replantio da soja em boa parte da área

Segundo Aprosoja-RS, o prejuízo na safra de soja já existe, mas ainda não é possível mensurar o quanto a produção está prejudicada

A previsão do tempo para os próximos 15 dias aumenta as preocupações para a safra de soja no Rio Grande do Sul. Segundo atualização do modelo de previsão estendida, divulgada na manhã desta quinta-feira (2) pela Administração Oceânica e Atmosférica (NOAA), as chuvas neste período ficarão restritas ao Centro-Norte do Brasil.

De acordo com o modelo norte-americano, no período entre 2 e 10 de dezembro, o modelo reduz as condições de chuva no centro-sul do Brasil. Na faixa oeste no Rio Grande do Sul e no Mato Grosso do Sul, as chances de chuvas são ainda mais baixas neste período. Entre os dias 10 e 18 de dezembro, o NOAA começa a indicar chances de chuvas na região, mas ainda com volumes abaixo do ideal e que podem acontecer de forma irregular em toda área.

Heráclio Alves, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), explica que a tendência é que continuem se formando novas Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), sistema que favorece a formação de nuvens mais carregadas no Centro-Norte do Brasil, mas que tem como característica reduzir os volumes de chuvas na parte Sul do Brasil e também na faixa norte da região Nordeste.

“O que vemos é que dezembro realmente será mais seco na região Sul, sobretudo para o Rio Grande do Sul. Os sistemas se formam, mas passam muito rápido, favorecendo as chuvas no centro-norte do Brasil, mantendo esse padrão que estamos vendo hoje”, afirma. 

De acordo com dados da Aprosoja Rio Grande do Sul, o estado tem atualmente 92% da área de soja semeada e a falta de chuvas nos próximos dias, caso se confirmem, podem trazer problemas no desenvolvimento da safra, principalmente porque o estado já vem registrando baixos volumes de chuvas nos últimos meses.

“Nós estamos correndo um grande risco de ter que fazer o replantio em boa parte das áreas que foram semeadas a soja”, comenta José Domingos Teixeira, engenheiro agrônomo e consultor da Aprosoja RS. 

O engenheiro explica ainda que o produtor conseguiu aproveitar a umidade da última chuva registrada no estado, que teve acumulados entre 18mm e 25mm, e registros de volumes ainda mais baixos em algumas áreas. “O prejuízo já existe sim, mas ainda não temos condição de mensurar. Nós temos sementes para ressemear e em alguns lugares talvez nós tenhamos sim um volume considerável de ressemeadura”, acrescenta. 

A torcida agora é para uma mudança nas previsões. “Nós ainda temos a confiança de alguma mudança, mas 15 dias sem chuva significa que vai atrasar muito a emergência da soja e por consequência o porte das cultivares. Se tratando de arroz o cenário fica positivo e se tratando de milho vai fazer com que adiante um pouco a colheita”, finaliza. 

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