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Brasil se torna o maior exportador de soja após a guerra comercial entre EUA e China

Um dos principais produtos agrícolas brasileiros, a soja, se tornou um novo ponto de tensão entre o presidente americano, Donald Trump, e o governo chinês

Em retaliação à alta de tarifas sobre bens industrializados da China, o governo de Xi Jinping passou a tributar em 25% diversos produtos agrícolas americanos, entre eles a soja. Quem acabou ganhando com isso, pelo menos no curto prazo, foi a soja brasileira.

Como o grão americano ficou mais caro, a China substituiu as compras dos EUA pelo produto do Brasil. Com isso, nosso país se tornou o maior exportador de soja para China, e do mundo, ultrapassando os EUA.

“A guerra comercial teve início em março de 2018 e, em 2019. Houve um aprofundamento da disputa, com aumento de tarifas sobre os mesmos produtos chineses e americanos”, disse à BBC News Brasil o gerente de Negociações Internacionais da CNI, Fabrizio Panzini.

“Como o Brasil naturalmente tem uma competitividade na soja e é um dos poucos players internacionais, junto aos Estados Unidos e Argentina, é natural que uma queda de exportação dos EUA leve a um aumento da exportação do Brasil”.

O acordo que prejudicaria a produção brasileira

O avanço da soja brasileira e o consequente prejuízo que isso traz para os produtores é apontado como fator adicional de discórdia entre Trump e Xi Jinping. Uma das condições de Trump para negociar a retirada de tarifas sobre produtos chineses era a China passar a comprar mais produtos agrícolas americanos.

Antes da guerra comercial, o Brasil era o segundo maior exportador de soja do mundo. Agora, é o primeiro. “E no ano que vem vamos nos tornar o maior produtor de soja, além de maior exportador”, disse o presidente da Aprosoja, Bartolomeu Braz.

Mas é preciso ter cautela na comemoração desses resultados, advertem os especialistas ouvidos pela BBC News Brasil. “É um risco muito grande apostar que esse mercado dure muito tempo. Pode ser que ele dure, mas pode ser que amanhã EUA e China estendam as mãos, façam um acordo e a gente passe a ter condições ainda mais desfavoráveis do que tinha antes da guerra comercial”, disse o gerente de negócios internacionais da CNI.

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