O capim pé de galinha e a vassourinha de botão estão entre as ervas daninhas de mais difíceis controle e impedem o produtor de alcançar resultados satisfatórios na lavoura. Conhecidas como ervas problemáticas, têm-se relatado falhas no manejo dessas plantas daninhas no sistema de produção.
O capim pé de galinha (Eleusine indica) é uma das cinco ervas daninhas mais problemáticas do mundo. O que mais preocupa é a resistência a herbicidas. Já há populações dessa daninha resistentes a 8 mecanismos de ação de herbicidas, que afetam 10 países. Infesta lavouras anuais e perenes, se desenvolvendo bem em qualquer tipo de solo e pode ser encontrado em quase todas as regiões do país, infestando a maioria dos cultivos de grãos.
A vassourinha de botão (Spermacoce verticillata) é uma planta invasora bastante frequente, e se desenvolve em todas as regiões, principalmente no Centro-Oeste do Brasil. A ocorrência desta espécie está aumentando em lavouras de soja do Brasil. Já foram relatadas falhas no controle desta planta daninha, principalmente nos estádios mais avançados de crescimento. Tolera solos ácidos e com menos nutrientes e tem tolerância a glifosato.
A engenheira agrônoma e pesquisadora da Proteplan, Aline Deon, explica que a principal estratégia está no estágio de controle. De acordo com ela, manejar essas plantas já em estágio avançado de desenvolvimento ou entouceiradas, aumenta o custo de controle, além de haver redução na eficácia. “Aliado a isso, aplicações sequenciais, sempre rotacionando mecanismos de ação de herbicidas, têm trazidos bons resultados”, aponta.
Deon, que é especialista em herbologia e trabalha com testes com variados tratamentos como alternativas no manejo de plantas daninhas, recomenda que os cuidados devem ser tomados durante as três etapas: antes, durante e após o plantio. “Antes do plantio realizar uma boa dessecação da área, durante o plantio fazer uso de herbicidas com ação pré emergente e após é importante manter o máximo de controle das plantas invasoras para que não haja competição com a cultura agrícola”, sugere a engenheira.