Diversos estados brasileiros têm adotado medidas ainda mais restritivas quanto ao funcionamento do comércio e de serviços considerados não essenciais desde o início de março, a fim de conter o avanço desenfreado da covid-19 no País. Porém, mesmo com o pleno funcionamento da cadeia de abastecimento de alimentos, incluindo o varejo de menor escala (feiras livres), o mercado de hortifrúti tem sido afetado pela retração na demanda – com os preços de vários HFs em queda, inclusive os que registram menor oferta nas roças.
Tais fatores, somados à suspensão do atendimento presencial em bares e restaurantes, importantes canais de escoamento de frutas e hortaliças, prejudicam principalmente a saída de hortifrútis “fora do padrão”, bastante demandados pelo food service. Além disso, a menor circulação de pessoas costuma prejudicar as vendas de HFs mais perecíveis, devido à redução das idas às compras.
Dentre as hortaliças acompanhadas pelo Hortifruti/Cepea, todas foram impactadas pelo menor escoamento dos últimos dias (15 a 19/03). Para alguns produtos, como batata, tomate e cebola, nem mesmo a desaceleração da oferta foi capaz de frear a desvalorização gerada pela menor demanda. No caso da alface, os valores encerraram a última semana praticamente estáveis, devido ao volume restrito nas roças – as vendas no atacado, por outro lado, se reduziram, assim como os preços. Já para a cenoura, as cotações estão abaixo do custo de produção, devido à maior disponibilidade do produto e às dificuldades no escoamento.
Para as frutas, o cenário é semelhante: a menor demanda refletiu negativamente nos mercados de todas as variedades acompanhadas pelo Hortifruti/Cepea. No entanto, a oferta controlada sustentou as cotações de alguns produtos nos últimos dias, como melancia e laranja.