O fenômeno La Niña apesar do enfraquecimento, ainda exerce influência na atmosfera, porém não deve ser o fator principal no intervalo de 30 dias, aponta o meteorologista Tiago Robles, da Meteored. De acordo com ele, as oscilações Antártica (AAO), ou Modo Anular Sul (SAM), e de Madden-Julian (MJO) e a temperatura da superfície do Atlântico Sul acabam sendo mais influentes.
“Começando com a comportamento da AAO, nota-se que há uma forte tendência negativa sendo projetada para os próximos dias, o que resulta, para esta época do ano, em um aumento das chuvas na porção central do país, uma vez que sistemas transientes de precipitação conseguem atingir com maior facilidade. Assim, nos próximos 15 dias se espera uma manutenção das chuvas entre as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul”, destaca Robles.
As projeções, acrescenta o especialista, mostram que a oscilação pode atuar nas fases 8 e 1, que são bastante favoráveis à ocorrência de chuvas no Centro-Norte e, consequentemente, para a formação de zonas de convergência.
“Em relação às águas do Atlântico Sul, o padrão mais aquecido no centro-sul favorece a maior permanência de sistemas transientes entre as regiões Sul e Sudeste. Assim, em resumo, as condições para o mês de março são bastante favoráveis às chuvas, sem um fator forte que as retire ou inibe”, prevê o meteorologista.
“A distribuição das anomalias de precipitação apresentada pelo modelo americano mostra um padrão coerente, com chuvas mais concentradas entre as regiões de Sul, Centro-Oeste e Sudeste, além de volumes mais expressivos na Região Norte. Quanto às temperaturas, não dão indícios para um período extremamente quente, mas sim, acima do esperado por conta da maior atuação do sistemas transientes entre o norte da Região Sul, estado de São Paulo e o Mato Grosso do Sul, favorecendo maior tempo de atuação de escoamentos de norte e, consequentemente, promovendo o aumento das temperaturas. De qualquer forma está descartada a ocorrência de ondas de calor ao longo do mês de março”, conclui.