Em um ano difícil para os agricultores, Dennis Haugen, de Dakota do Norte, é uma exceção. E talvez ele possa agradecer à mudança climática
Haugen plantou mais rabanetes do que nunca este ano em seus campos de Hannaford, disse em entrevista por telefone. Mas nenhum deles será servido em um jantar. Os rabanetes permanecerão como raízes enterradas no solo, enquanto Haugen colhe as sementes das delicadas flores brancas que crescem acima da superfície.
Depois que as chuvas e inundações contínuas afetaram o cultivo durante a primavera no hemisfério norte, no cinturão agrícola do país, Haugen obteve sua melhor safra por suas sementes de cobertura, recebendo cinco vezes mais por seus esforços do que em 2018.
As culturas de cobertura sempre fizeram parte da agricultura. Mas, recentemente, ganharam um novo nome, agricultura regenerativa, e estão sendo cada vez mais comercializadas como uma ferramenta de baixa tecnologia, mas eficaz contra um inimigo agressivo e imprevisível: a mudança climática. Essas culturas reduzem o escoamento do solo causado pelas chuvas e inundações, retêm água durante períodos difíceis de seca e – olhando para o futuro – sugam os gases de efeito estufa.
“Os agricultores podem potencialmente realizar um serviço para todos nós, esse serviço é sequestrar carbono e reverter a mudança climática”, disse David Perry, presidente da Indigo Ag, de Boston, fabricante de tecnologias agrícolas microbianas e digitais.
Como a maioria das plantas, as culturas de cobertura convertem o dióxido de carbono em material orgânico no solo através do processo de fotossíntese. A Indigo está oferecendo um programa de retorno para agricultores que regularmente colocam terras sob culturas de cobertura, ou usam plantio direto e outras práticas regenerativas. Eles medem o conteúdo de carbono dos campos para os agricultores e pagam de US$ 15 a US$ 20 a tonelada pelo carbono que possam identificar.