O Paraná conta hoje com 179 pequenas cooperativas da agricultura familiar, que congregam 41.542 associados, e 517 associações da agricultura familiar com 25 mil integrantes. Juntas elas faturaram no último ano R$ 500 milhões. O fortalecimento dessas instituições, a exemplo do que ocorreu com as grandes cooperativas paranaenses na década de 60, passa pelo acesso ao crédito e financiamento a investimentos.
Essas questões foram temas de encontro virtual promovido pela Secretaria da Agricultura e Abastecimento, por meio do programa Coopera Paraná, na última sexta-feira (25). Mais de 100 pessoas participaram ativamente da discussão online. Atualmente, o maior entrave a esse crédito passa pelas dificuldades de garantias de pequenas cooperativas e associações e que muitas vezes podem ser substituídas por alternativas que hoje são aceitas pelas instituições financeiras.
O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, falou sobre uma ação mais agressiva de crédito para atender a agricultura familiar por parte das instituições do Governo do Paraná, como a Agência de Fomento e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). “É uma determinação do governador Carlos Massa Ratinho Júnior que o Estado do Paraná promova uma ação mais ousada de crédito e políticas de redução do custo do dinheiro”, disse.
Segundo Ortigara, será encaminhado para a Casa Civil adequações da Lei de Subvenção Econômica, introduzindo o conceito de juros zero que pode chegar no máximo a 3% para projetos bem estruturados nas áreas de olericultura, frutas, flores, leite, carnes, peixe, erva mate, pinhão, seda, café, agroindústria familiar, cooperativas da agroindústria familiar e apoio à irrigação e a energias renováveis. Concomitante a essa iniciativa será encaminhada à Assembleia Legislativa do Estado o Orçamento para 2021 que propõe apoio financeiro às cooperativas da agricultura familiar que precisam de capital para se estruturarem. “Com o programa Coopera Paraná queremos ajudar essas instituições a se solidificarem e promover um avanço importante para gerar emprego e renda no Estado”, afirmou.
O secretário lembrou que a Coamo, uma das maiores cooperativas do Brasil, hoje fatura cerca de R$ 17 bilhões por ano e a Cvale, outra grande cooperativa paranaense, fatura cerca de R$ 11 bilhões por ano. “E elas começaram pequeninas há mais de 50 anos, também com a ajuda do Estado. Hoje vivem como grandes organizações que são”, disse ele. “Para isso é preciso se estruturar e ter uma construção permanente, que certamente vai ampliar e muito as chances de sucesso para essas cooperativas da agricultura familiar que estão hoje sendo atendidas pelo programa Coopera Paraná”.