No dia 14 de agosto o Ministério da Agricultura publicou a Instrução Normativa (IN) 52 que reconhece os estados do Rio Grande do Sul, Paraná, Acre e Rondônia, os municípios de Rondolândia, Colniza, Comodoro, Juína e Aripuanã no Mato Grosso e os municípios de Apuí, Boca do Acre, Canutama, Eirunepé, Envira, Guajará, Humaitá, Itamarati, Ipixuna, Lábrea, Manicoré, Novo Aripuanã, Pauini e parte do município de Tapauá, no Amazonas, como livres de febre aftosa sem vacinação. A medida vale a partir de 1º de setembro.
O reconhecimento nacional pelo Mapa é um dos passos para alcançar o reconhecimento internacional junto à OIE (Organização Mundial de Saúde Animal), em maio de 2021. Com isso os estados reforçaram as ações de reforço na defesa sanitária.
No Rio Grande do Sul, onde são 12,5 milhões de cabeças de bovinos, a Emater trabalha educação sanitária entre produtores, que mantém ações que reforçam as obrigações sanitárias que precisam ser cumpridas junto às Inspetorias de Defesa Agropecuária. Outra medida chamada de Programa Sentinela atua em 59 municípios limítrofes com o Uruguai e a Argentina, e que abrange ações junto a cinco mil produtores, para assegurar a sanidade do rebanho em fronteiras. “Muitos produtores contam com o serviço de educação e orientação em seus cultivos e criações, unido ao trabalho de fiscalização e orientação dos servidores da Secretaria da Agricultura”, destaca o secretário Covatti Filho.
Em Mato Grosso, enquanto todo estado não é enquadrado no programa de retirada, o rebanho restante foi vacinado com eficiência, atingindo 99,67% do total.
No Paraná o governo estadual desenvolveu ações como um simulado de atendimento de foco de febre aftosa, aprimoramento de sistemas de fiscalização do trânsito agropecuário, fortalecimento dos conselhos municipais de sanidade, realização de fóruns em todo o Estado para debater o tema com a comunidade e lideranças do setor. Em fevereiro, foi inaugurado um novo posto de fiscalização em Campina Grande do Sul.
No Acre são, aproximadamente, 3,5 milhões de bovinos que geram, anualmente, renda de R$ 1,5 bilhão. Segundo o secretário de Produção e Agronegócio, Edivan Maciel, o trabalho desenvolvido em equipe foi crucial para que o Acre vencesse todas as etapas para obter o reconhecimento de área livre de aftosa sem vacinação. “Estamos vendo o resultado, na prática, de um grande trabalho em conjunto. Agora, o nosso maior desafio é manter esse status e vamos trabalhar mais ainda para continuar melhorando a qualidade do nosso rebanho”, afirmou.
Com o reconhecimento nacional, a ministra Tereza Cristina ressalta que os estados terão a oportunidade de ampliar a participação no mercado internacional. “Mais de 40 milhões de cabeças estarão prontas para exportação para mercados mais exigentes. O Brasil já é livre de aftosa com vacinação, mas esse bloco será livre sem vacinação. E isso deve melhorar o valor dos produtos desses locais para exportar para mercados como Japão, Coreia do Sul, que são mais exigentes e que não aceitam a carne bovina vacinada”, disse.