O ministro da Economia, Paulo Guedes e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, estiveram juntos em uma live nesta segunda-feira (10) do Fórum de Incentivo à Cadeia Leiteira, promovido pela Frente Parlamentar Agropecuária (FPA).
Guedes ressaltou a parceria que a economia tem com o agronegócio e como o setor vem segurando o PIB brasileiro durante a pandemia. “O agro tem participação extraordinária não só para afastar a pandemia mas para manter a população abastecida. A resiliência do setor é muito forte. Esperávamos que o PIB caísse mais mas o setor agrícola manteve o país respirando”, destacou.
O ministro também agradeceu o trabalho do campo em “manter as prateleiras cheias”. Segundo ele de nada adiantaria liberar o auxílio emergencial se não houvesse alimentos para as pessoas. “O agro é excepcional. O Brasil mais do que nunca depende do agro para ter sucesso”, defendeu.
Reforma Tributária
A polêmica reforma tributária também entrou na pauta. Guedes defendeu o novo modelo como forma de simplificar o pagamento de impostos e auxiliar a impulsionar mais as exportações. A ideia do governo é unificar tributos como PIS/Pasep e Cofins. “Vai ser um sistema muito mais simples, vai facilitar muito as exportações, garante a compensação instantânea dos créditos, que hoje ficam acumulados e demora a receber, então estamos indo na direção da simplificação”, disse Guedes.
Ele também argumentou que o país precisa trabalhar para baixar custos de logística, energia e transporte para o setor agrícola. “Temos que facilitar para que boa parte do lucro fique com o produtor, e não seja consumido ao longo da estrada, uma parte com imposto, outra parte com custo de transporte, com logística”.
Os desafios da cadeia leiteira
A ministra Tereza Cristina ressaltou que o setor leiteiro é uma das prioridades do Mapa. Ela reafirmou que a cadeia é grande, mas desigual. Para que haja padronização, o caminho é apoiar iniciativas para qualificação do produtor e adoção de tecnologias modernas. “Temos mercados importantes abertos como China, Egito, Marrocos, Arábia Saudita mas o desafio é organizar o setor para essa exportação”, disse.
A atividade leiteira está presente em 98% dos municípios brasileiros, desempenhada, principalmente, por pequenos e médios produtores. O Brasil superou a produção de 33 milhões de litros de leite em mais de 1 milhão de propriedades. Tereza Cristina destacou que a cadeia ainda é desigual e aposta em assistência técnica, diminuição de custos de produção, cooperativismo e infraestrutura como fatores importantes para impulsionar a atividade.
“Não tenho dúvida que esse setor, em breve, terá uma diferença muito grande de preços. A maioria já começa a saber quando custa o seu litro de leite e ele vai saber se vale a pena continuar ou não. É um setor que está se profissionalizando como outros”, aposta.
A ministra citou um modelo adotado no Rio Grande do Sul onde pequenos produtores trabalham em sistema de cota e condomínio. O produtor produz o alimento para as vacas e quem cuida dos animais é o condomínio. O criador recebe por cotas, conforme o número de animais que tem. O sistema usa tecnologia e qualificação na produção, com ordenha robotizada. O estado é pioneiro no modelo na América Latina “Temos que apoiar esses modelos porque o pequeno precisa se desenvolver e se organizar”, finalizou.