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“Vale do agronegócio”, região de Piracicaba concentra cerca de 40% das startups do setor

Pode não parecer, mas pequenos vasos de mudas de soja podem conter anos de estudos e trabalhos científicos. Canos utilizados para irrigar as plantas são conectados a um sistema automático capaz de identificar quando o solo precisa de água, que é liberada por gotejamento. Esse é só um exemplo de tecnologia 100% nacional desenvolvida na EsalqTec, uma encubadora de empresas do campus de Piracicaba (SP) da Universidade de São Paulo (USP).

A presença da universidade somada ao potencial agrícola da região tem chamado cada vez mais pessoas do setor para a cidade. De acordo com a Associação Brasileira de Startups, o Brasil possui cerca de 300 startups voltadas para o agronegócio, e ao menos 120 delas estão instaladas na região de Piracicaba.

Essa concentração de conhecimento proporcionou à região o apelido de “Vale do Piracicaba”, uma referência ao Vale do Silício, nos Estados Unidos, onde estão localizadas as maiores empresas de tecnologia do mundo.
O sistema capaz de identificar quando as mudas precisam de água nasceu em uma pequena sala de uma fazenda da Esalq em Piracicaba, onde atualmente oito empresas combinam o desenvolvimento de novos equipamentos e softwares com tecnologia biológica.

“Nós temos um sensor atrelado a equipamentos que monitoram as condições climáticas e, em função disso e da umidade do solo, ele toma a decisão sobre o volume correto de irrigação que vai ser aplicado. Com isso, a gente consegue aplicar exatamente o volume necessário para a planta desenvolver o máximo possível sem que a gente tenha excesso ou falta de água”, explica o engenheiro agrônomo Leandro Lourenço.

Soluções na prática
A EsalqTec trabalha atualmente com mais de 120 projetos na área. O principal objetivo é gerar inovação com soluções na prática.

“É a função de uma encubadora fazer essa interface entre universidade e empresa”, explica o gerente executivo da EsalqTec, Sérgio Marcus Barbosa.
Jovens recém saídos da universidade desenvolveram no mesmo espaço sensores de pulverização localizada que rendem uma economia de até 90% na aplicação de defensivos. O projeto ganhou prêmios de inovação e sustentabilidade e, além disso, trouxe economia e cuidado ao meio ambiente de forma prática.

“Nós temos engenheiros elétricos, mecatrônicos, agrônomo, florestal, administradores. Tudo isso para poder realmente entender e moldar tecnologias inteligentes o suficiente que consigam dar respostas prontas para os agricultores. A máquina tem que fazer tudo sozinha, e o agricultor fica só com o benefício da economia e o dinheiro a mais no final do mês”, explica o gerente comercial da startup, Marcos Ferraz.

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