O Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Alimentar da Argentina informou, no final de semana, que a nuvem de gafanhotos, que estava na Província de Corrientes, se movimentou em direção ao sul do Departamento de Curuzú Cuatiá, rumo ao Departamento de Sauce. Neste domingo, a nuvem se deslocou mais 51 quilômetros para o Sul e está a 3 quilômetros de San José de Feliciano, na Província de Entre Rios.
As altas temperaturas e o tempo firme, na Argentina e no Rio Grande Sul, favorecem o deslocamento dos insetos, motivo de preocupação, segundo o chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Secretaria da Agricultura do Estado, Ricardo Felicetti. “As condições climáticas nos últimos dias possibilitaram maior movimentação nos últimos dias, em vista o aumento da temperatura, que é ideal para a movimentação. Contudo, não podemos prever se essa nuvem vai entrar [no Brasil], admitimos que há condições climáticas para a movimentação e mantemos o alerta, nos preparando caso a nuvem entre”.
Segundo ele, as ações no Brasil são de vigilância constante. “Também estamos fazendo levantamento dos impactos possíveis se essa nuvem ingressar e as medidas que devem ser tomadas de maneira rápida, já que a nuvem se movimenta rapidamente. (…) Caso isso ocorra, estamos preparados com um plano de emergência implementados para atuar no caso de um surto de gafanhotos aqui no estado”.
Segundo ele, a nuvem está, agora, a 112 km da cidade gaúcha de Barra do Quaraí. Os fiscais agropecuários esperam contar com a ajuda dos ventos e a entrada de uma nova frente fria, no Estado, para afastar os gafanhotos do Rio Grande do Sul.“Até quarta-feira, a nuvem deve seguir se deslocando ao sul por causa do vento que predomina na região e temperatura elevada. Pelo menos nesses dias não há risco do ingresso dessas nuvens no Rio Grande do Sul”, disse o fiscal agropecuário Juliano Ritter, que acompanha a nuvem de gafanhotos na fronteira brasileira.
Uma segunda nuvem de gafanhotos apareceu nesta segunda na Argentina. Segundo Ritter, esses insetos estão na província de Formosa e esse avanço redobra a atenção dos fiscais agropecuários. “Não temos a confirmação se é a nuvem do Paraguai, que estávamos monitorando, ou se é uma terceira nuvem de gafanhotos. Se for confirmado que é a nuvem que estava no Paraguai, ela se deslocou mais de 200 quilômetros em dois dias, o que é preocupante”, disse.