Os cientistas acrescentaram dois genes estratégicos aos machos dessa mariposa
Cientistas norte-americanos e britânicos, liderados pela Universidade de Cornell, desenvolveram um processo biotecnológico que pode soltar mariposas transgênicas nas lavouras para elas acabarem com as pragas agrícolas. Eles querem acabar com aquela que se tornou-se a praga mais destrutiva de algumas plantas alimentícias e é multirresistente a vários tipos de inseticidas convencionais, a mariposa Plutella xylostella.
Os cientistas acrescentaram dois genes estratégicos aos machos dessa mariposa. Uma delas causa a morte de larvas femininas quando eclodem. As mariposas machos que sobrevivem a essa primeira ofensiva, acasalam-se com fêmeas selvagens e todas as crias dessas ninhadas também morrem. Os machos sobreviventes procuram novas fêmeas selvagens e seus filhos também morrem.
Dessa maneira, a mariposa fica presa em um circuito mortal que diminui gradualmente as pragas. Só é necessário liberar mais machos geneticamente modificados para que a colônia desses insetos deixe de ser um problema para a agricultura em muito pouco tempo. Os cientistas já testaram esse sistema com sucesso no estado de Nova York e os resultados são promissores para o controle de pragas desses insetos.
Os pesquisadores liberaram borboletas geneticamente modificadas seis vezes, entre 1.000 e 2.500 insetos por vez. E descobriram que os machos sobreviveram e se comportaram da mesma maneira que as mariposas selvagens: eles viajaram a mesma distância e viveram o mesmo tempo que as mariposas não modificadas.
A liberação progressiva de machos geneticamente modificados acaba exterminando a praga desses insetos, sem o uso de inseticidas e de maneira limpa e sustentável, apontam os pesquisadores. O resultado desta pesquisa é promissor para abordar o tratamento de pragas de outros insetos, que afetam culturas mais importantes do que aquelas prejudicadas pela chamada traça do repolho.