O município de Itapejara do Oeste, na região de Pato Branco, é um dos primeiros a colher soja no Estado. A produtividade, entre 170 e 180 sacas por alqueire, está sendo comemorada pelos produtores.
Mas alguns agricultores em especial estão muito satisfeitos com os resultados. Além de colherem muito bem, eles conseguiram reduzir as despesas com produtos químicos. Isso foi possível graças ao Manejo Integrado de Pragas e de Doenças, estratégia difundida pelos extensionistas do Instituto Emater.
Em algumas áreas foi possível colher soja sem fazer sequer uma aplicação de agrotóxico. Cerca de 25% dos 15.200 ha com soja cultivados em Itapejara do Oeste estão em fase de maturação, no ponto de colheita. De acordo com o extensionista Lari Maroli, do Instituto Emater, até fevereiro as colheitadeiras devem estar a campo, a todo vapor.
Há cinco anos o Manejo Integrado de Pragas (MIP) e o Manejo Integrado de Doenças (MID) fazem parte da rotina de um grupo de agricultores. Os extensionistas acompanham, diretamente, 50 agricultores, o que significa uma área de 1.500 hectares.
O município conta com uma Unidade Demonstrativa onde foi instalado um coletor de esporos. O equipamento registra a ocorrência do fungo causador da ferrugem. Com base nessa informação e a análise das condições climáticas, o técnico determina se é necessário, ou não, fazer o controle da doença com algum produto químico.
Em outras duas unidades foram feitos o MIP e MID, além da inoculação e co-inoculação das sementes, práticas que aumentam a produtividade da soja.
Essas duas práticas foram desenvolvidas em parceria com a Embrapa. De acordo com Lari Maroli, em duas unidades acompanhadas não foi usado fungicida nem inseticida.
Para conseguir esse resultado, foi preciso um acompanhamento semanal para perceber se a ocorrência de pragas ou doenças era uma ameaça para as lavouras.
“Numa das URs a produtividade chegou a 182 sacas por alqueire, mas o custo foi bem menor porque não foi preciso aplicar nenhum produto nas lavouras”, informou o extensionista.
Ele acrescentou que, em média, os produtores que não têm esse acompanhamento fazem até três aplicações por safra. “É uma despesa alta, entre R$ 400 a R$ 500 por alqueire em cada aplicação. Tem produtor que aplica inseticida, fungicida e um acaricida”, disse Maroli.