Fruticultura integrada com lavouras e hortaliças. Essa é a base de um novo sistema de produção de agricultura integrada desenvolvido pela Embrapa: o Sistema Filho.
Trata-se de uma nova modalidade de Sistema Agroflorestal considerada promissora para a agricultura familiar, fruticultores empresariais e até mesmo para a agricultura urbana. O nome do sistema faz referência às iniciais das palavras Fruticultura Integrada com Lavouras e Hortaliças, as quais designam a sua aptidão.
“O sistema surgiu como mais uma opção para se fazer agricultura integrada”, explicou o pesquisador da Embrapa Cerrados, Tadeu Graciolli. Segundo ele, os estudos começaram em 2008, e se buscava alternativas de cultivos para o aproveitamento agrícola das entrelinhas dos pomares.
“Quando o produtor estabelece um pomar, como as mudas utilizadas são geralmente pequenas, o espaço físico disponível nas entrelinhas é muito grande e geralmente não aproveitado. Daí é que entra a ideia de se fazer cultivos em consórcio”. Seguindo o Sistema Filho, esse espaço disponível pode ser utilizado para a produção de culturas de ciclo curto, especialmente nos anos iniciais. “O objetivo final é promover a intensificação produtiva da área”, ressaltou o pesquisador.
“A banana é a vaca de leite da pequena propriedade rural. Com o cultivo da banana, o produtor tem uma movimentação de caixa semanal”.
“Essa tecnologia tem tudo a ver com o momento atual da agricultura, que busca maior eficiência e rentabilidade por meio da integração, intensificação sustentável e diversificação”, afirmou o chefe da Embrapa Cerrados, Claudio Karia. “Com a implantação do sistema, o agricultor consegue girar mais rapidamente a roda financeira da sua exploração agrícola e produzir alimentos de maneira mais contínua. Por exemplo, o cultivo de feijão pode render a primeira colheita em torno de 90 dias após a implantação das fruteiras”, afirmou Graciolli.
“O cultivo do feijão, na entrelinha da banana, rendeu apenas 6% a menos do que o cultivo de feijão solteiro”. Mas, ele contou que costuma fazer uma leitura um pouco diferente. “Na realidade, obtivemos uma colheita de feijão em uma área que não teria colheita de nenhum produto além da banana, que só seria iniciada quase um ano mais tarde”, ressaltou.
Graciolli defendeu, inclusive, que a banana é uma cultura que o pequeno produtor não pode deixar de ter em sua propriedade.