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Não é preciso desmatar para produzir mais, diz especialista

As pastagens degradadas podem ser uma saída

De acordo com Décio Luiz Gazzoni, Engenheiro Agrônomo, pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), membro do Conselho Científico Agro Sustentável, é preciso produzir mais, mas não é necessário desmatar pra isso. “No caso do Brasil, não há necessidade de desmatar para expandir a produção de soja. Basta utilizar e combinar adequadamente duas alternativas que dispomos, que são o aproveitamento de áreas já antropizadas e o aumento constante da produtividade da cultura”, comenta.

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“No primeiro caso, as áreas antropizadas provêm majoritariamente de pastagens, sejam elas degradadas ou liberadas por melhorias dos índices zootécnicos. Estima-se que, atualmente, existem mais de 20 Mha de pastagens degradadas e, nos próximos 30 anos, uma área superior a 30 milhões de hectares de pastagens, em boas condições, será liberada para outros usos, grande parte dela com adequação para uso em culturas anuais, como soja e milho. Adicionalmente, o crescente uso de sistemas de integração lavoura-pecuária (iLP) também permite expandir a área de soja, sem necessidade de recorrer ao desmatamento”, completa ele.

De acordo com ele, para não haver expansão de área, necessitaríamos de incrementos médios anuais superiores a 2% na produtividade, atingindo superando 6.000 kg/ha em 2050. “Embora inferior ao atual recorde de produtividade, consideramos não ser factível obter essa média de produtividade, mesmo em 2050. Por outro lado, fixando-se a maior média de produtividade já obtida por agricultores no Brasil (Conab), necessitaríamos quase dobrar a área de soja até 2050. Essa hipótese também pode ser totalmente desconsiderada, eis que a produtividade aumentará nos próximos 30 anos”.

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