Saiba quanto perdeu quem ficou segurando a produção até agora
“Se você ainda não vendeu toda a sua soja, venda e aplique o dinheiro, que renderá mais do que deixar o grão no armazém. E guarde milho, porque os preços do milho irão subir. Este é nosso conselho para quem tem estes dois produtos em casa”. A recomendação é do analista sênior da Consultoria TF Agroeconômica, Luiz Pacheco.
De acordo com ele, quem guardou soja até agora está levando prejuízos entre 8,38% e 13,48% em relação ao preço de balcão de abril deste ano, conforme apurado em estudo da equipe de analistas da TF Agroeconômica. Para esse levantamento foram levados em conta os preços pagos aos produtores em abril passado, e posteriormente o carregamento dos custos de armazenagem e financeiro no período até o presente mês de Outubro de 2022.
Como exemplo, a Consultoria aponta a cidade paranaense de Cascavel, onde quem colheu e vendeu em abril e aplicou o dinheiro hoje teria R$ 190,27/saca. Por outro lado, quem não vendeu está recebendo hoje não mais do que R$ 169/saca, o que representa um valor 11,18% menor.
“Em Passo Fundo, quem colheu e vendeu em abril e aplicou o dinheiro, estaria com um preço equivalente hoje a R$ 198,81/saca, mas, quem não vendeu e guardou no armazém, e decide vender hoje só recebe R$ 173/saca – um valor 13,44% menor. E diga sinceramente: quais as chances de os preços subirem para R$ 195/saca em novembro e R$ 196 em dezembro?”, explica Pacheco.
De acordo com o especialista, “motivos não faltam para vender a soja agora”: O principal é o aumento iminente tanto da safra brasileira como da mundial, o que vai despejar muito estoque no mercado. Outros fatores baixistas são a menor demanda chinesa pela oleaginosa e o fato de as indústrias de óleo e farelo brasileiras parando de comprar em função do preço alto pago aos produtores.