Companhia diz que continua avaliando postergação da parada da Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), de novembro de 2022 para 2023
Em meio aos temores de falta de diesel no Brasil, a Petrobras anunciou através de nota, solicitada pelo Notícias Agrícolas, que alterou a parada de manutenção da maior Unidade de Tratamento de Diesel da Refinaria Henrique Lage (Revap), que seria no final deste ano para o primeiro trimestre de 2023.
“A Petrobras informa que, em relação ao pedido da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), de avaliação do remanejamento de paradas do segundo semestre, que impactem na produção de diesel, a companhia alterou a parada de manutenção da maior Unidade de Tratamento de Diesel da REVAP, de novembro de 2022 para final do primeiro trimestre de 2023”, disse a companhia em nota.
A Revap fica em São José dos Campos (SP) e responde, principalmente, pelo abastecimento do mercado paulista e do Centro-Oeste do país e ocupa uma área de 10.000.000 m². A Petrobras, principal fornecedora de diesel sem adição de biodiesel ao mercado interno, não descarta a possibilidade de retardamento de manutenção em outras unidades.
“A Petrobras também continua avaliando a postergação da parada da Refinaria Presidente Bernardes (RPBC), de novembro de 2022 para 2023, levando em consideração as condições operacionais e de integridade das unidades de processo e a legislação vigente”, disse.
A Refinaria de Paulínia (Replan), em São Paulo, maior em capacidade de processamento de petróleo não foi mencionada, mas segundo fontes também está no radar, assim como a Regap, em Betim (MG).
Apesar dos temores com a oferta de petróleo, o que acendeu a preocupação com falta de diesel no Brasil, de importadores a caminhoneiros, o petróleo perdia nesta tarde de terça-feira cerca de US$ 10 o barril, mais ainda estava em cerca de US$ 100 o barril.
Nos últimos meses, analistas destacaram ser difícil que o Brasil enfrente uma falta no curto e médio prazo de diesel, mas entidades ligadas ao setor estão preocupadas. A Petrobras, por exemplo, chegou a notificar o Ministério de Minas e Energia sobre a preocupação.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP), por exemplo, emitiu nota temendo desabastecimento no mercado interno já a partir do segundo semestre deste ano.
“Apesar de ser autossuficiente na produção de petróleo, o Brasil importa atualmente cerca de 25% de suas necessidades de diesel no mercado interno, de acordo com a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustível (ANP), devido à baixa utilização das refinarias brasileiras e a não conclusão de obras importantes no setor”, disse a FUP.