A necessidade de abrir espaço nos armazéns motivou os produtores mato-grossenses com menor investimento a avançarem nas negociações de soja em maio. Além disso, a maior demanda observada no mês foi outro motivo da ampliação das vendas. Desse modo, a comercialização da safra 2021/22 aumentou 5,30 p.p. ante o mês de abril, para 78,67% da produção. Em relação ao preço médio, o estado fechou em R$ 166,31/saca no período. As informações são do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Para a safra 2022/23, a negociação avançou apenas 1,84 p.p. comparada a abril, para 24,37% da produção comprometida. As incertezas quanto à produção da safra futura e os altos patamares dos insumos têm limitado a venda de soja, que já apresenta um atraso de 8,14 p.p. ante a safra passada. Já o valor da oleaginosa em MT apresentou leve queda de 0,67% ante abril, para uma média de R$ 151,88/saca, devido à queda do dólar
Relatório do USDA
A divulgação do USDA do quadro de oferta e demanda mundial de soja trouxe grandes mudanças para a safra 2021/22. O relatório de junho apontou um incremento de 0,75% na produção mundial, estimada em 351,99 milhões de toneladas. Em relação ao consumo global, foi projetada em 364,65 milhões de toneladas, alta de 1,72 milhão em junho.
Entre os países, destaque para o aumento no esmagamento do Brasil em 1 milhão de toneladas (+2,11%), estimada em 48,50 milhões de toneladas, pautado pelo mercado aquecido dos subprodutos da oleaginosa. Além disso, nos EUA, o estoque final apresentou corte de 1,01 milhão de toneladas (-12,68%) na safra 2021/22, pautado pela demanda aquecida, principalmente nas exportações do país, que já estão acima do esperado.
Por fim, era aguardado pelo mercado um aumento no consumo da China, devido à constante ampliação nas compras de soja, mas a projeção permanece inalterada em relação ao mês passado e menor que o observado na safra passada