O agronegócio brasileiro tem hoje ao menos 334 empresas com potencial para receber investimentos ou para passar por processos de fusão ou aquisição, segundo levantamento da consultoria paulista Hand Investimentos. O estudo considerou apenas companhias com faturamento anual na faixa entre R$ 10 milhões e R$ 500 milhões.
Para elaborar o trabalho, a Hand partiu de uma lista inicial de mais de 23 mil empresas. Feita a triagem da receita, a consultoria excluiu associações, cooperativas, fundações e companhias que já passaram por fusão ou aquisição — e que, assim, estariam menos propensas a participar de uma nova operação do gênero, diz José Venâncio, sócio da consultoria.
Segundo ele, o estudo levou em conta parâmetros que são básicos para a maioria dos investidores. O número de companhias aptas a fusões e aquisições não é maior, explica Venâncio, porque, muitas vezes, os empresários trabalham com uma contabilidade voltada à própria operação, apenas para fins internos.
Para Thomas Britze, conselheiro da Hand e ex-diretor de operações da Bayer no país, o mercado brasileiro é muito pulverizado, ao contrário do que ocorre em outras nações com forte tradição agrícola, como Alemanha, Estados Unidos e França. “No varejo de insumos dos EUA, cinco grandes empresas dominam 80% do mercado”, lembra. Nesse caso específico, Britze diz que muitas revendas se recusam a ser compradas por grandes empresas, mas que a tendência é que o segmento se consolide nos próximos anos, a exemplo das indústrias de máquinas e defensivos químicos, que têm menos grupos.
“Quem investe prefere comprar empresas que já têm acesso a mercados e altas margens de rentabilidade”, diz. Para ele, isso põe em evidência os segmentos de fertilizantes especiais e biológicos.