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Valorizada por atraso na safra americana, safrinha deve bater recorde apesar de clima desfavorável no Brasil

O milho de inverno brasileiro ganha extrema relevância para amenizar a pressão do lado da oferta num momento em que a oferta global está mais restrita, segundo relatório da hEDGEpoint Global Markets. A previsão é de uma safrinha recorde, sobretudo por conta da maior área plantada e produtividade em bons níveis, apesar de eventos climáticos pontuais em áreas produtoras.

Após uma quebra de 14,3 milhões de toneladas (19% em relação à safra anterior) em 2021, o milho de inverno brasileiro promete se recuperar em 2022, com uma produção estimada — dada as condições atuais — de 89,2 milhões de toneladas (14,1 milhões acima da safrinha recorde de 2019/20). “Nossa estimativa se encontra levemente acima da estimativa atual da Conab, de 88,5 milhões de toneladas, devido à área ligeiramente maior esperada para o Paraná”, destaca o relatório.

Apesar do aumento na produção brasileira, a commodity deve continuar valorizada no mercado global, favorecendo os produtores rurais, uma vez que fatores como a Guerra na Ucrânia e atrasos na produção americana vêm impactando sua disponibilidade.

“Neste contexto, o aumento do preço aqui é o impacto mais imediato, pois a safrinha, principalmente, é muito afetada pela paridade de exportação, entrando junto com a safra americana. Então, quando há um atraso lá, essa safra que compete com a nossa tem um impacto positivo nos preços — para quem compra, o impacto é negativo”, destaca o head de grãos da hEDGEpoint, Marcelo Lacerda.

No Brasil, as exportações de milho tiveram um aumento exponencial no mês de abril, saltando de 21,9 mil toneladas para 942 mil toneladas na comparação anual, segundo dados do governo. Até o momento, no acumulado do ano, as vendas para o mercado externo respondem por 4,7 milhões de toneladas — em 2021, no total, exportaram-se 20,6 milhões de toneladas do cereal.

Quanto ao andamento da safra no país, a semeadura e o desenvolvimento da safrinha foram menos afetados pela seca sazonal, característica deste período na região central do Brasil, em comparação a safras anteriores, de acordo com avaliação da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), com base no Boletim de Monitoramento Agrícola (BMA), divulgada nesta segunda-feira (30).

Lacerda destaca que, apesar da diminuição da oferta global e demanda firme, o contexto macroeconômico poderá impactar negativamente os preços da commodity no médio a longo prazo. Entre os fatores baixistas, ele cita a possível alta dos juros nos países mais desenvolvidos diante do impacto inflacionário causado pelo embargo à Rússia.

“O ritmo da alta dos juros pode ser mais um fator na mudança de estratégia por parte dos fundos especuladores que hoje estão suportando os preços das commodities”, ele explica. Além disso, a inflação americana chegou a 8,3% em abril deste ano. Entre os fatores altistas, destaca-se que o conflito na Ucrânia afeta a disponibilidade de quatro produtos: petróleo, trigo, milho e óleo de girassol.

No Brasil, a tendência às vésperas da colheita é de oferta alta no mercado local, com falta de capacidade de armazenagem, devido ao alto índice de soja não comercializada nos principais estados produtores, o que deve pressionar os prêmios para baixo. “Mas, no cenário global, a tendência é altista”, afirma Lacerda.

Para quem compra milho, a recomendação da hEDGEpoint é adquirir o cereal, para garantir o abastecimento e se proteger de um eventual aumento de preço. “Com o objetivo de proteger valor do estoque, é indicado a compra de uma opção de venda, assegurando assim o valor desse estoque caso o mercado inverta e tome uma direção baixista”, diz.

Volatilidade do preço do milho foi superior a 37% no primeiro trimestre

Os contratos de balcão (OTC) são os mais indicados na gestão de riscos, segundo Lacerda. “A vantagem desses contratos é ter um padrão que garante liquidez, prazos e volumes e uma negociação — são produtos diversos, com vários níveis de risco. E como ter à disposição uma ‘caixa de ferramentas’ diversa a ser utilizada de acordo com a estratégia da empresa”, indica ele.

Um estudo da hEDGEpoint Global Markets mostrou que no primeiro trimestre deste ano, a volatilidade do preço do milho foi superior a 37%. “Para fazer frente a esses riscos e não ter prejuízo na hora da compra ou da venda do milho, é necessário utilizar derivativos com a finalidade de hedge”, pontua o especialista.

“A estratégia de hedge para commodities tem o objetivo de proteger contra as flutuações de preço e preparar o negócio para os desafios de um mercado cada vez mais volátil. É o momento de começarmos a repensar a forma de como é feita essa negociação de milho”, ressalta.

Lacerda reforça que o câmbio é imprescindível para completar o ciclo de gerenciamento de risco integral das empresas em um mercado global como o de commodities. “A fixação de câmbio, junto com a commodity, de maneira unificada e integrada, também é um instrumento para facilitar o controle e gerenciamento da sua posição”, afirma.

A hEDGEpoint Global Markets tem hoje mais de 450 produtos de hedge para cerca de 60 commodities. A plataforma ajuda o comprador e o produtor a acessarem as principais bolsas de mercado futuro do mundo de forma rápida, simples e eficiente. “A nossa missão é democratizar o hedge com a customização de soluções que protegem as operações de compra e venda das empresas”, diz o head de grãos da companhia.

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