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Com alta demanda mundial, setor agrícola crescerá 183% até 2026

Meios, como a Internet das Coisas, está possibilitando uma indústria de agricultura mais eficiente através da conectividade no campo e geração de dados

A abordagem da indústria alimentícia está passando por uma transformação fundamental. E isso tem muito a ver com a utilização de recursos tecnológicos no setor. Com essa ferramenta, o segmento vem tendo números crescentes ao longo dos anos. E, segundo dados, esse crescimento será inevitável. De acordo com a Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP), 67% das propriedades agrícolas do Brasil já se utilizam de recursos tecnológicos em suas culturas, ajudando a aumentar a produtividade e diminuir custos.

Esse aumento na produtividade é fundamental para atender toda uma população. De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), em 2019, a população mundial chegará a 9,7 bilhões até 2050, fazendo com que assim, a produção agrícola global aumente sua produção nos próximos anos para suprir a demanda de alimentos. 

Para atender tal demanda, agricultores e empresas agrícolas estão recorrendo à Internet das Coisas para melhorar suas análises e aumentar a capacidade de produção. Com essa ferramenta implementada, que permite conectar itens usados no dia a dia a uma rede de computadores, a indústria poderá agregar US$ 500 bilhões em valor adicional ao produto interno bruto global até 2030, de acordo com a pesquisa realizada pela consultoria McKinsey.

A professora de Ciências da Computação da Universidade de Brasília (UnB), Priscilla Barreto, enfatiza a ideia de otimização dos processos do nosso dia a dia, que vão de se programar para assistir um simples programa de TV à melhorar a produção agrícola. “Amplia-se enormemente a faixa de possíveis aplicações da computação em ambientes como indústria, agricultura, meio ambiente etc. Por exemplo: na agricultura e agropecuária, o uso da IoT pode propiciar eficiência na utilização de recursos como água, pesticida em plantação, e monitoramento de rebanhos; e na indústria, pode ajudar a otimizar cadeias de produção”, disse. 

Equipamentos como drones, tratores inteligentes e sensores agrícolas já são uma realidade na agricultura. Em pesquisa realizada pela Embrapa, pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresa (Sebrae) e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 2020, foi constatado que 84% dos agricultores brasileiros utilizam ao menos um recurso tecnológico na produção agrícola. Até 2026, o mercado global de agricultura digital deve crescer 183%, atingindo um valor de US$ 8,33 bilhões (ou R$ 46,6 bilhões) e um crescimento de 15,9% ao ano neste período. O levantamento é da consultoria 360 Research & Reports.

Empresas que buscam desenvolver novas tendências tecnológicas necessárias para a agricultura nacional também estão em crescimento. No Brasil, o número de startups (empresas, em estágio inicial, voltadas à inovação) cresceu 40% de 2019 para 2021, num total de 1514 novas empresas desse ramo. “Aquele produtor que antes geria a sua fazenda no caderno, agora tem um software super sofisticado, barato e fácil de usar para ele poder tratar a fazenda como uma empresa de manufatura a céu aberto”, disse Francisco Jardim, fundador da SP Ventures, fundo especializado em tecnologia no agronegócio.

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