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Paranaenses podem apostar na cevada

O Paraná tem 67 mil hectares plantados com cevada mas a instalação de uma fábrica de malte na região dos Campos Gerais até 2023 pode impulsionar a atividade no Estado. A maltaria é um investimento conjunto de seis cooperativas: Bom Jesus (Lapa), Capal (Arapoti), Castrolanda (Castro), Coopagrícola (Ponta Grossa), Frísia (Carambeí) e Agrária (Guarapuava).  O investimento é de R$ 1,5 bilhão.

Até então somente uma unidade na região de Guarapuava responde por toda a demanda de cevada no Estado. O cereal é usado para a produção de malte na indústria cervejeira e pode abastecer grandes fábricas de todo o país. Esta atualmente é a maior maltaria da América Latina, produzindo 360 mil toneladas de malte no ano e atendendo 30% da demanda brasileira.

A nova unidade pode incentivar o plantio fora da região central e deve ter capacidade de produzir 240 mil toneladas de malte por ano, gerando mil empregos diretos e indiretos. Para tal produção também será necessário mais áreas cultivadas e para que o produtor opte pela cevada deve ter alguns incentivos.

Jeferson Caus, gerente comercial da Agrária, explica que, atualmente, a cevada tem que seguir alguns padrões para servir para fabricar o malte como tamanho do grão, percentual de proteína, contaminação com micotoxinas, poder de germinação e outros seis fatores. Ele também entende que o produtor deve ver vantagens para deixar o trigo e plantar a cevada. “A cevada nacional não pode ficar mais cara que a importada. A paridade é um dos critérios de precificação”, comenta.

Hoje a demanda nacional é de 1,7 milhão de toneladas de malte. Quando for concluída a nova unidade, somada à antiga, a capacidade do Paraná será de fornecer 600 mil toneladas. “Podem vir quatro maltarias iguais que ainda não abasteceriam o mercado. A gente concorre com produto importado”, destaca Caus.

A cevada vem ganhando espaço mas ainda é pouco em relação ao trigo que soma mais de 1 milhão de hectares. No entanto houve avanço passando de 22 mil toneladas em 2009 para 56 mil toneladas em 2019. A expectativa das cooperativas é que só nos Campos Gerais a área seja aumentada em 100 mil hectares por ano.

Segundo levantamento da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) nas últimas sete temporadas a receita bruta da cevada ficou acima da do trigo. A produtividade também é maior, com até 15% a mais. Colabora com a cultura o fato de resistir melhor aos estresses hídricos. A cevada não tolera solos ácidos e está sujeita a doenças fúngicas como o oídio, doenças foliares e a giberela.

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