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Sistema FAEP/SENAR-PR abre novas vagas para curso de seguro agrícola

A partir de janeiro de 2021, mais produtores rurais, colaboradores de sindicatos rurais e técnicos da área poderão participar do curso “Seguro Agrícola para Grãos”, promovido pelo Sistema FAEP/SENAR-PR. A formação, em um formato inédito e gratuito, apresenta, em detalhes, a ferramenta de gestão de riscos na agropecuária. Na última semana de outubro e na primeira de novembro, as duas primeiras turmas, num total de 60 pessoas, concluíram a capacitação.

“Por ser um tema de interesse dos produtores rurais e demais profissionais do setor, o curso tem sido um sucesso, com ótima procura. Nossa programação é realizar 15 turmas, pois sabemos que essa ferramenta é essencial para a agropecuária do Paraná”, destaca o presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette.

As aulas da primeira turma de 2021 vão começar no dia 12 de janeiro. Outras duas turmas serão realizadas no mesmo mês. As demais estão distribuídas entre fevereiro e março. As inscrições podem ser feitas no site do Sistema FAEP/SENAR-PR ( www.sistemafaep.org.br).

Por meio da capacitação, o Sistema FAEP/SENAR-PR reforça o trabalho de disseminação do seguro rural, em consonância com a política agrícola do governo federal. Historicamente, o Paraná é o Estado que mais contrata seguro rural no país. De acordo com dados do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), os produtores paranaenses respondem por mais de 30% das apólices ao longo do histórico do programa, sendo a soja a cultura mais segurada.

Programação

O curso é dividido em três módulos, com a participação de especialistas. O primeiro módulo conduzido por Gilson Martins, coordenador do Centro de Economia Aplicada, Cooperação e Inovação no Agronegócio (CEA) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), aborda conceitos de gestão de risco; detalhes do PSR, do governo federal e do governo do Paraná; e Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc).

O segundo módulo é com o consultor e especialista em seguro rural, Luiz Antonio Digiovani, que detalha as no Serviço “Curso: Seguro Agrícola para Grãos” Carga horária: 6 horas Modalidade: online e gratuito Público-alvo: produtores e sindicatos rurais Inscrições: bit.ly/cursoseguroagricola Mais informações: (41) 2169-7923 dalidades de seguro rural ofertadas pelo mercado e os tipos de cobertura de cada uma. Além disso, os participantes vão aprender como são feitos os cálculos que embasam os contratos de seguro.

A última etapa é conduzida por Odair Machado, sócio-proprietário da empresa de regulação agrícola e rural Agrotrust Perícias. Em seu módulo, o especialista fala sobre pontos de atenção nos contratos em que os produtores devem ficar de olho, além de explicar como é realizada uma perícia e como funciona o prêmio ao seguro rural.

Energia elétrica e sustentabilidade

Ao conceder um desconto para a energia consumida à noite e na madrugada, a Tarifa Rural Noturna estimula que os produtores rurais adaptem sua produção para este período. O avicultor Diogo Sezar de Mattia, por exemplo, conduz seus nove aviários no sistema dark-house. Na prática, os galpões ficam no escuro total durante o dia e permanecem com as luzes acesas no período noturno, fazendo com que as aves troquem o dia pela noite. Assim, o consumo maior de energia se concentra durante a madrugada, quando a rede está ociosa.

“A gente gasta menos energia durante o dia, enquanto as aves estão dormindo. À noite, quando elas estão acordadas, ligamos os ventiladores, lâmpadas e todos os sistemas de climatização. Direcionamos o consumo para a noite. Por um lado, a gente economiza. Por outro, estamos consumindo energia quando a rede elétrica está sem uso”, conta avicultor.

Mattia já pensa em continuar produzindo de forma sustentável. O recém-aprovado projeto de lei 657/20 – o mesmo que garantiu a continuidade da TRN – instituiu o Programa Paraná Energia Rural Renovável. Esta iniciativa visa estimular a geração e distribuição de energias, como a solar, o biogás e o biometano, em propriedades rurais. A ideia do governo é que o programa disponibilize linhas de financiamento com taxas especiais e oferte incentivos tributários para a implantação de sistemas de energias limpas.

Com o novo programa, a ideia de Mattia é instalar painéis de energia solar em todos os seus aviários até o fim de 2022. Quando implantou seu nono barracão, em 2019, ele chegou a fazer orçamentos para instalar painéis fotovoltaicos em seu complexo – na ocasião, o investimento estimado era de R$ 600 mil. Agora, ele espera que o projeto do governo o ajude a tirar a ideia do papel.

“Vamos torcer para que em 2021 saiam, realmente, essas linhas de financiamento em energias renováveis. É uma iniciativa que pode baratear custos não só na avicultura, mas em diversas outras cadeias. Com payback [tempo em que a economia gerada cobre os investimentos] de cinco anos, fica viável investir”, diz Mattia. “Mas o produtor precisa ter garantias. O receio é que o governo ou a Copel venham com uma normativa, taxando a geração e distribuição na energia solar. Precisamos de segurança para investir”, acrescenta.

Mattia não é o único. O presidente da Comissão Técnica de Avicultura da FAEP, Carlos Bonfim, aponta que diversos produtores vêm fazendo orçamentos e estudos para converter sua matriz energética para fontes renováveis. Ele, mesmo, já se prepara para essa nova realidade no campo. “A energia solar é uma saída para nós. Primeiro, porque é uma energia limpa e, por meio dela, conseguimos ter uma diminuição permanente dos custos de produção. Ainda não são muitos produtores que aderiram, mas muitos estão avaliando e devem entrar nessa, com certeza, nos próximos anos”, diz Bonfim.

Nesse sentido, o presidente da CT vê com bons olhos a estratégia do governo de lançar um programa que estimule adoção de fontes renováveis de energia no campo. “A saída é baratear o custo de implantação, porque os materiais são importados e ainda requerem um investimento grande. Mas um programa como esse é o que o setor mais aguarda. Porque a energia limpa representa independência para o produtor rural”, avaliou.

Em março deste ano, o Departamento Técnico Econômico (DTE) da FAEP elaborou um estudo da viabilidade de implantação de energia solar em propriedades rurais no Estado. Os técnicos analisaram diferentes cenários em duas atividades: a avicultura e a bovinocultura de leite. Em ambos os casos, o levantamento demonstrou que a instalação de painéis é vantajosa no médio prazo.

Para a avicultura, foi considerado um estabelecimento com dois galpões de 2,5 mil m² e capacidade de alojamento para 66,5 mil aves. Neste empreendimento, a fatura de energia giraria em torno de R$ 8,3 mil e consumo de 21,2 mil kWh (considerando a tarifa de R$ 0,39 por kWh consumido). Nesse caso, de acordo com a simulação realizada pelos técnicos, o tempo de retorno do investimento de R$ 1 milhão é de sete anos. Como a durabilidade do equipamento é estimada em 25 anos, o produtor teria energia quase de graça por 18 anos.

No caso da bovinocultura leiteira, o modelo utilizado no cálculo é o de uma propriedade com 74 animais, sendo 60 em lactação, e um consumo médio de 3.050 kWh – o que daria uma conta de energia de R$ 1,2 mil por mês. Neste caso, o tempo de retorno seria menor: de apenas cinco anos. Com isso, as perspectivas são de que o produtor tenha 20 anos de energia, a custo perto do zero.

“Nós sempre apoiamos a adoção de fontes de energias renováveis, tanto que sempre apresentamos estudos para estimular nossos produtores. Mas defendíamos um período de garantias, em que o produtor possa ser beneficiado pela TRN, enquanto faz a migração para outras fontes”, disse Meneguette.

TRN

O que é: Criado pela Lei 19.812, de 2019, a TRN é um programa estadual que prevê um desconto de 60% na conta da energia elétrica consumida no campo, entre as 21h30 e 6 horas.

Mudanças: O projeto de lei 567/20 garante o desconto até a faixa de consumo de 6 mil kWh/mês unidades consumidoras (antes, o desconto se limitava a 4 mil kWh/mês, por CPF ou CNPJ). Se o consumo ficar acima deste patamar, o desconto não será aplicado sobre o excedente. O governo e os deputados também asseguraram recursos para a manutenção do programa pelos próximos dois anos.

Beneficiados: segundo dados da FAEP, o programa beneficia cerca de 77,5 mil produtores. Atividades mais impactadas: Avicultura, suinocultura, bovinoculturas de leite e de corte, fumicultura, aquicultura e sericicultura, que tem na energia elétrica um dos principais insumos. Juntas, elas respondem por mais de 20% das exportações do agronegócio paranaense.

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