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O que mais atrapalha nas técnicas de aplicação em baixo volume é a água, diz Alan McCracken

Uma inovação utilizada na agricultura brasileira –  as técnicas de aplicação de defensivos em misturas com baixo volume -, ganha contornos de sustentabilidade ambiental por usar cada vez menos água nas misturas de calda. Os ganhos são em economia de tempo nas operações e precisão da gota em atingir o alvo (a folha da planta). 

Há, no entanto, necessidade de mudança cultural por parte dos produtores e manejadores dessa tecnologia, para diminuir a quantidade de água usada na mistura. Segundo o engenheiro mecanico e pesquisador Alan McCracken, a água é a substancia que mais atrapalha na formulação das misturas em baixo volume.

— “Sabemos que no Brasil há ainda o costume de se diluir o defensivo em  caldas com150 litros de água por hectare. Isso é desperdício de tempo e de qualidade da aplicação. A técnica em baixo volume pede cada vez menos a água no galão”, explica Alan McCracken, direto de Kansas City, em entrevista ao Notícias Agrícolas.

Alan usa, como exemplo, as aplicações aéreas feitas em lavouras de pinos no Canadá. “O volume é de 1,5 litros, numa mistura praticamente sem água”. E a pressão na ponta do bico de pulverização resolve as dificuldades com a misturas pastosas, completa ele.

O engenheiro irlandes (doutor em mecanica, formado em agronomia, e que conhece muito bem as lavouras do Brasil), diz que a fórmulação correta para aplicações aéreas em baixo volume é na proporção de 5 a 10 litros por mistura. Já as aplicações terrestres, em qualquer cultura e em qualquer tamanho de área, é de 15 a 30 litros de mistura por hectare.

–“O segredo está no tamanho da gota; quando aplicada em alta pressão, ela se divide em pequenas gotículas que conseguem atingir o alvo com mais precisao, incluindo os baixeiros das plantas”, reforça Alan, após anos e anos de experiencia com aplicações no sentido de se evitar desperdicios e viabilizar a eficiencia na utiização de defensivos.

–“O ganho ambiental e economico é considerável”.

Outra inovação que possibilita a utilização das tecnicas de aplicação em baixo volume é a adoção, simultaneamente, da tecnologia IOP – um adjuvante a base de óleo de milho (produzido pela empresa Impasa) que mantém a emulsão mais agregada e, assim, protege as gotas pulverizadas.

Nesta quarta-feira, dia 18, o Notícias Agrícolas vai transmitir, a partir de 10 horas, palestra com Alan McCracken e, a seguir, uma “live” com a participação de Jefferson Santi, diretor do IOP, e interação com os produtores inscritos no evento.

Drones (aeronaves remotamente pilotadas) inovam setor agrícola

As ferramentas da agricultura de precisão (AP) buscam melhorar a eficiência no campo, permitindo assim aumentar a rapidez na tomada de decisão. A AP é denominada no Brasil como um conjunto de sistemas e tecnologias que visam monitorar o campo metro a metro. No atual cenário de intensas transformações e inovações tecnológicas voltadas à agricultura, as aeronaves remotamente pilotadas (RPA em inglês) possuem grande importância no mapeamento de grandes extensões de áreas produtivas.

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), as aeronaves remotamente pilotadas são veículos aéreos não-tripulados (Vant), onde um piloto remoto é responsável pelo voo seguro dessa aeronave. Esse termo Vant é reconhecido mundialmente e está associado a uma enorme diversidade de aeronaves, como as autônomas, e as semiautônomas ou remotamente operadas. Atualmente o termo drone também é amplamente empregado para se referir aos Vants, só que essa denominação está associada aos Vants multirrotores.

Segundo pesquisa realizada pelo professor da Fazu (Faculdades Associadas de Uberaba), MsC. Matheus Oliveira Alves, juntamente com os pesquisadores Dr. Ricardo Vicente Ferreira, Dr. Ricardo Luís Barbosa e Dr. Rodrigo Bezerra de Araújo Gallis, o interesse nessas aeronaves tem crescido ao redor do mundo, devido aos avanços recentes na tecnologia da informação e computacional, na criação e desenvolvimento de softwares e plataformas para processamento de dados, de novos materiais mais leves, sistemas globais de navegação, sofisticados sensores e a diminuição do tamanho das aeronaves são os motivos do aumento e na popularização no desenvolvimento de Vants.

Os veículos aéreos não-tripulados (Vant) são habilitados a realizar diversas atividades na lavoura, como fazer o mapeamento de estresse hídrico, acompanhar o desenvolvimento das culturas como apoio para manter o controle de pragas e doenças. As novas tecnologias da agricultura de precisão se aplicam aos mais diversos campos da produção agrícola. 

O uso dos Vants, por possuírem um grande desenvolvimento tecnológico e operacional, possibilita seu uso na agricultura em diversas áreas, como as seguintes: verificar os danos causados por pragas e doenças, a ação de ventos e fogo, o mapeamento de estresse hídrico e sanidade das lavouras, o levantamento topográfico, verificar falhas no plantio, acompanhar o desenvolvimento das culturas, acompanhar as aplicações de fertilizantes, herbicidas, dentre outros. Outra aplicação indicada é utilizá-los para fins de amostragens, tomando imagens únicas (single image) e não pares sobrepostos, cobrindo áreas aleatórias com fins de amostragem e análise estatística.

Os mapas gerados com esses dados também poderão ser utilizados para direcionar equipes de amostragem, criando assim uma alternativa para se realizar levantamentos direcionados corretamente, alcançando assim melhores resultados operacionais e desenvolvendo um controle eficiente que permitirá uma redução dos custos de produção e aumento dos lucros.
Há várias pesquisas e estudos em andamento no Brasil e no mundo sobre o uso dos Vants para integrar nas mais diversas operações agrícolas. Essas pesquisas vêm sendo beneficiadas e facilitadas pelo atual momento de grande desenvolvimento tecnológico, principalmente pela redução do custo de aquisição e do tamanho dos equipamentos, de novos sensores, novas câmeras. 

Dessa forma, será permitido identificar desde qual praga ou doença está atacando a cultura, mas também identificar quais são períodos críticos da lavoura. Assim, será possível otimizar o manejo e determinar o momento ideal para a realizar a intervenção naquele local. Regulamentações e legislações — As aeronaves remotamente pilotadas é uma tecnologia relativamente nova, mas possui regulamentações e legislações próprias.

Os voos são planejados com antecedência para que atendam a todos os requisitos operacionais da Anac e da Agência Nacional das Telecomunicações (Anatel). Também é necessário que a aeronave seja homologada pela Anac e que sejam obtidas as autorizações de voo junto a Anac e Anatel, para que estejam em plena concordância com as legislações vigentes. “A cada operação deve ser feita a notificação de voo, para se realizar um bom mapeamento com qualidade e segurança operacional. Os desafios e perspectivas para o uso dessa ferramenta na agricultura são promissoras, onde os ganhos irão além do econômico, representando assim uma nova forma de fazer agricultura”, destaca Matheus. 

Atualmente, na agricultura de precisão o uso dessa ferramenta possui papel importante no monitoramento e mapeamento agrícola, uma vez que gera diversos dados que poderão ser utilizados na tomada de decisão, redução dos custos de produção e aumento da lucratividade. Embora seja uma tecnologia que necessite de mão de obra qualificada, com conhecimentos técnicos sobre diferentes áreas, desde agronômico, de geociências, de computação e também da legislação que regulamenta a atividade dos RPAs no Brasil. 

Há um cenário promissor de crescimento do setor, pois é uma ferramenta valiosa nas suas mais diversas aplicações. Os Vants na agricultura e nos demais setores necessitará de vários profissionais que sejam especializados e com conhecimento da agricultura e dos sistemas utilizados para a geração do produto técnico para o produtor.

Na Fazu o professor Matheus Oliveira Alves é executor em Aviação Agrícola pelo Centro Brasileiro de Bioaeronáutica (CBB), medalhista da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica e premiado na DRONEShow Latin America – Categoria DRONES – Mapeamento e Topografia. 

É coordenador do curso de pós-graduação em Agricultura de Precisão da Fazu. É professor dos cursos de Agronomia e Zootecnia, ministrando as disciplinas de Agricultura de Precisão, Desenho Técnico e Instalações Rurais, Topografia e Topografia e Georreferenciamento. É também coordenador do Grupo de Pesquisa em Geotecnologias e Mecanização em Agricultura de Precisão (GMAP) da Fazu. 

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