O La Niña é caracterizado pelo resfriamento das águas no oceano pacífico e isso já é quase senso comum para o produtor que sempre fica de olho nas condições do tempo e clima. O fenômeno ocorre nos intervalos entre o El Niño e a situação de normalidade das temperaturas do Oceano Pacífico.
No Brasil, o La Niña provoca os efeitos opostos, com a intensificação das chuvas na Amazônia, no Nordeste e em partes do Sudeste. Além disso, o La Niña provoca a queda das temperaturas na América do Norte e na Europa.
Mas quando o assunto é previsão, é possível dizer que a temperatura da superfície do mar mantém condições moderadas de La Niña e persiste durante a primavera, início do verão, provavelmente enfraquecendo com o avanço do outono, mas ainda em condições de águas mais frias. A intensidade desse evento é observado até em águas mais profundas – cerca de 200m abaixo da superfície – com temperaturas 5°C abaixo do esperado no ponto mais frio.
Como essa La-Ninã tem características de ser um evento clássico, é possível correlacionar o comportamento das chuvas com as chuvas dos anos que tivemos La Nina no período de Novembro, Dezembro e Janeiro (NDJ). Nesses meses tivemos o regime de La-Nina em 1983, 1984, 1988, 1995, 1996, 1998, 1999, 2000, 2005, 2007, 2008, 2010, 2011, 2016, 2017. E com essas datas podemos examinar como foi o comportamento das chuvas nos período.
Onde é esperado chuvas acima da média:
Litoral de SC, em MG na zona da Mata e Vale do Rio Doce, entre o norte do RJ e Sul do ES, Sul Baiano, e no norte do país as chuvas se concentram entre o centro norte do PA e AM, no AP e RR.
Onde é esperado chuvas abaixo da média:
No RS em praticamente todo estado, com mais intensidade no Sudoeste Rio-Grandense, em SC do meio oeste ao oeste, no sul e norte do PR, na BA o extremo oeste tende a ficar abaixo da média e no estado do GO também a tendência climática é de chuva abaixo da média para esses meses em anos de La-Niña.
Onde é esperado chuvas dentro do esperado, que não haja chuvas acima ou abaixo das médias:
Os estados da região nordeste como SE, AL, PE, PB, RN, CE, MA, PI, BA no período de NDJ não tem uma variação em relação a média em períodos de La-Nina. O mesmo podemos mencionar sobre o SP, MS, MT, AC e RO.
O que vai acontecer nos próximos meses?
Novembro
As chuvas tendem a ficar acima da média esperada da faixa que se estende da fronteira com a Colômbia até o litoral do ES e RJ, pelos estados do AC, AM, Nordeste do MT, GO, TO, sul do PA, MG, sul da BA. Entre o norte do MS, sul do MT, SP e grande parte dos estados da região nordeste, a chuva fica dentro do esperado para o mês. Na região sul, a tendência é chuvas abaixo da média do sul do MS ao RS sendo mais significativo no oeste do PR, oeste de SC e Noroeste do RS.
Dezembro
Mantendo a tendência do mês anterior Chuvas acima da média na parcela central do país, da faixa que se estende do Sul do AM ao litoral do RJ e ES, pegando os estados do AC, AM, RR, PA, MT, GO, MG, sul da BA. E uma tendência de chuvas abaixo da média para o centro sul do RS, sudoeste do MT, e no estado do AP.
Janeiro
As chuvas se mantém de forma positiva na parcela norte do país nos estados de AC, AM, RR, PA, RO, norte do MT, PA, PE e PB. Há indicativos também de que as chuvas fiquem levemente acima da média no mês de Janeiro no estados de SP, PR e SC na faixa mais ao leste. Na parcela central do país, no estados da BA, sul do PI, GO, centro sul do MT, e RS a tendência é para chuvas abaixo da média esperada.
O trimestre novembro, dezembro, janeiro terá chuvas levemente acima daquilo que é esperado para o período na região central do país, ressaltando que de uma forma mal distribuída. Nas parcelas sul e sudeste as chuvas ficam abaixo da média, com mais intensidade no estado do RS. Acima da média para região norte, em especial a parcela mais a oeste da região norte. E dentro da normalidade climatológica no nordeste do país.