Os animais de confinamento estão começando a aparecer no mercado, mas a oferta é formada por lotes pequenos e que não é suficiente para suprir a demanda. Com a escassez de gado terminado no mercado, os preços da arroba seguem sustentados nas principais praças pecuárias e indicam que o valor pode chegar a R$ 300,00.
Segundo o analista de mercado da Agrifatto, Yago Travagini, o cenário segue com oferta restrita de animais e as indústrias estão indo buscar a matéria prima dos confinamentos. “Nós temos um volume menor de animais confinados se comparado com os anos anteriores, pois não tínhamos um cenário tão animador no mês de maio como estão vendo atualmente”, relata.
Com as referências da arroba no mercado futuro próximo aos R$ 300,00, valores da reposição elevados e os preços dos insumos se valorizando a cada faz com que o pecuarista espere por novas altas. “O produtor vê todos esses custos aumentando e faz com que as pedidas de preços aumentem conforme os custos vão aumentando”, destaca.
As indústrias estão trabalho com programações de abate bem ajustadas, sendo que as escalas estão ao redor de 4,0 dias úteis em São Paulo. “Tivemos uma queda de um dia útil em relação a semana passada e essa escassez não é só na praça paulista, mas tem estados com Mato Grosso,Mato Grosso do Sul, Pará e Tocantins estão com dificuldade em preencher as escalas de abate”, aponta.
O analista salienta que as festas de final de ano podem contribuir para a valorização da arroba. “Além disso, tem o fator psicológico em que o pecuarista olha certos valores e só pensa em negociar quando atingir certos preços. Nós nos encaminhamos cada vez mais para chegar aos R$ 300,00/@”, disse.
A quinta-feira costuma ser o dia da semana com mais movimento no mercado atacadista de carne bovina, só que nesta semana o fluxo de negócios ficou aquém do esperado e barrou altas mais incisivas nos preços praticados. “Os preços da carcaça chegaram a bater os R$ 18,50/kg, mas no final acabou aparecendo uma maior oferta de carne com osso e os preços voltaram para o patamar de R$ 18,00/kg”, afirma.
A expectativa é que as cotações no atacado conseguem se manter ao redor de R$ 18,00/kg, sendo que os preços nestes patamares é recorde. “A única questão é que o atacado não está conseguindo repassar os valores para o varejo, mas o atacado tem chance de evoluir de preços com as festas de final de ano”, comenta.