O Boletim Semanal de Conjuntura, referente à semana de 16 a 21, destaca nesta sexta-feira (21) a participação, ainda pequena, mas importante, da floricultura na formação do Valor Bruto da Produção (VBP) paranaense e na diversificação da propriedade. O Boletim é elaborado por técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná.
Em 2019, os produtos agropecuários mais expressivos do Paraná, como grãos, cereais e proteínas animais, foram decisivos para registrar um VBP preliminar de R$ 97,7 bilhões, valor que, em termos reais, é 3% superior ao do ano anterior. Mas, embora com menor intensidade, há outras culturas que também ajudam tanto no valor financeiro global quanto na geração de renda para pequenos produtores. Entre essas está a floricultura.
No ano passado, a atividade participou com 0,17% do total do Valor Bruto da Produção, ou seja, a renda bruta gerada por esse setor no campo foi de R$ 170,1 milhões.
Ainda que o percentual seja diminuto frente à envergadura dos negócios da agropecuária, a floricultura é importante para a diversificação nas propriedades rurais. É uma cultura que permeia os 399 municípios do Estado, com participação mais efetiva em 108 deles, envolvendo aproximadamente 900 agricultores.
PRINCIPAIS REGIÕES – Dentro desse segmento, cinco cultivos somam 92,5% do volume financeiro. Em primeiro lugar estão os gramados e plantas perenes ornamentais, com 77,1% de participação. A seguir, vêm as orquídeas, os crisântemos e as roseiras, com 15,4%. Os 7,5% restantes são distribuídos entre outras 32 espécies cultivadas no Paraná.
As principais regiões produtoras estão no entorno de Curitiba, Maringá, Cascavel, Toledo e Londrina, que respondem por 88,5% do total. Entre os municípios, os mais expressivos em produção são, pela ordem, Marialva, São José dos Pinhais, Campina Grande do Sul, Agudos do Sul e Cascavel.
O Boletim desta semana, ao tratar de culturas menos expressivas na formação do VBP, também retrata a produção de plantas medicinais. O Paraná tem área produtiva comercial em torno de 3 mil hectares, com produção de 4.859 toneladas e valor estimado de R$ 37 milhões.
MEL E FEIJÃO – Também há um panorama da cultura do mel no Estado, segundo maior produtor nacional, com 6.294 toneladas, apenas 134 toneladas a menos que o Rio Grande do Sul, de acordo com a Pesquisa Pecuária Municipal do IBGE, de 2018. Em 2020, o Paraná se destaca como o principal exportador do produto in natura.
Sobre o feijão das águas, o documento registra que a volta das chuvas possibilitou o início do plantio em algumas regiões, mas ainda está em apenas 1% dos 149 mil hectares estimados. A expectativa é que o clima favoreça o desenvolvimento da cultura, possibilitando a colheita de cerca de 300 mil toneladas.
MANDIOCA E GRÃOS – As chuvas beneficiaram também os produtores de mandioca nas fases de colheita de uma safra e plantio da seguinte. Em compensação, para os triticultores a sequência de dias chuvosos é preocupante, visto que a umidade pode ocasionar germinação em lavouras prontas para a colheita.
A colheita da segunda safra de milho atingiu 63% da área total no Estado e o restante está praticamente em condições de ser colhido. A produção brasileira deve alcançar 102 milhões de toneladas. O Paraná participa com 15 milhões nesse total, sendo 3,5 milhões da primeira safra e 11,5 milhões da segunda.
OUTROS PRODUTOS – O boletim semanal também registra a alta nas exportações brasileira e paranaense da soja. O Estado obteve, entre janeiro e julho, em torno de US$ 3,1 bilhões com a comercialização de 8,9 milhões de toneladas de soja em grão.
O crescimento da atividade leiteira no Estado é analisado dentro da perspectiva, principalmente, do incentivo de alguns programas de governo, sobretudo o Leite das Crianças, que fornece um litro diário a crianças de 6 a 36 meses, pertencentes a famílias com mais necessidades.
Na avicultura, o documento aborda as últimas ações mundiais, particularmente as suspensões de importação por parte da China, Filipinas e Hong Kong, em função de suposta detecção de traços do novo coronavírus em uma asa de frango.