Por: Ralph Wagner Marek e Juliano Grossi
Ceasa de Curitiba estima queda de 65% no volume de vendas de hortifruti
Embora a produção de alimentos esteja em pleno funcionamento, o fluxo e o abastecimento começa demonstrar sinais de preocupação. O agro está entre os serviços essenciais determinados pelo Governo Federal. Porém, a preocupação está no consumo. Com o isolamento em massa, as pessoas deixaram de consumir a quantidade habitual, e apesar de contraditório, o excesso de alimentos será a causa da sua falta.
VEJA: Produtores descartam verduras por falta de consumo
A cadeia produtiva de alimentos é complexa, seja ela a de grãos, carne, derivados de leite, frutas, legumes ou verduras. Todo processo exige cuidados e tarefas que acontecem de maneira sincronizada “dentro e fora da porteira”, ou seja, na propriedade rural e além dela.
Com o consumo limitado repentinamente, o excesso de alimento é descartado, tanto pela logística que está ficando comprometida, bem como o cancelamento e suspensão de pedidos de compras por redes de mercado, mercados locais e principalmente restaurantes, uma vez que as pessoas deixaram de consumir nesses locais e estão optando por alimentos que possuem um prazo de validade maior que permite uma estocagem.
Sem o fluxo de escoamento, o excesso de produção será descartado, e para amenizar os prejuízos, muitos produtores deixarão de produzir alimentos na mesma proporção.
CEASA reduz em 65% o volume de vendas
Em visita ao CEASA de Curitiba (27/03), o Eng. Agrônomo Juliano Grossi da Sementes Feltrin, constatou que às 07:50 o movimento já tinha encerrado e os comerciantes iriam contabilizar as baixas. Até o momento a estimativa estava entre 60 e 65% na redução do volume de comercialização de hortifruti e mudas.
Com o excedente exposto, os produtores se preparavam para retornar às suas propriedades com as mercadorias.
A importância do agro
“Quem está segurando a economia desse país é o agro”, diz ministro da Saúde sobre crise do coronavírus. Para Mandetta, o setor é um exemplo de que a economia precisa seguir ativa enquanto se toma os cuidados para prevenir a doença.
A agricultura não pode parar. A produção de alimentos é essencial para o Brasil. É preciso sim, atenção e medidas preventivas para o combate do Covid-19 (coronavírus), mas com lucidez e sem pânico. O agro sustenta o Brasil.